Publicado em: 7 de novembro de 2025
Quando uma startup ultrapassa o capital privado em mais de R$ 1 bilhão, sem que suas ações sejam negociadas em bolsa de valores, é considerada um “unicórnio”. No Brasil existem 22 com esse status, segundo o “Relatório Corrida dos Unicórnios”, divulgado pela plataforma de inovação Distrito com base em dados de 2024, mas nenhuma delas está na Amazônia.
O termo “unicórnio” para designar essas startups foi criado por Aileen Lee, investidora e cofundadora da Cowboy Ventures, em alusão à raridade de se tornar bilionária no Vale do Silício (EUA) — algo quase mítico.
Pois bem. Na Amazônia essa referência é o mapinguari, criatura lendária da floresta, símbolo de força e resistência. Mais do que alcançar cifras bilionárias, os empreendedores regionais buscam investimentos resilientes e modelos de negócio que valorizem saberes tradicionais e fortaleçam as comunidades que protegem as florestas e rios.
De acordo com o estudo da plataforma Distrito, desde 2021 o número de novos unicórnios caiu mais de 90%. Na América Latina, só uma empresa entrou para o grupo em 2023, enquanto outras perderam esse status. O levantamento mapeou 78 startups latino-americanas próximas de se tornarem unicórnios, das quais 12 foram destacadas como promissoras, nenhuma do Norte do Brasil.
Embora a região tenha programas de incubação, aceleração, hubs e rodadas de investimento, o acesso ao capital ainda é um desafio enorme. O investidor de fora ainda vê a Amazônia como distante, complexa e difícil de escalar.
O futuro desse debate sobre o crescimento das startups amazônicas e sua capacidade de se tornarem “mapinguaris” será tema do Festival de Investimento de Impacto e Negócios Sustentáveis da Amazônia, que terá uma edição especial durante a COP30, na próxima segunda-feira, 10 , no Cesupa. O evento reunirá empreendedores, investidores, pesquisadores e lideranças de povos tradicionais para discutir oportunidades e caminhos para fortalecer a bioeconomia regional. A programação terá painéis, rodas de conversa, o Mercado Amazônia com produtos da sociobiodiversidade, espaços de networking, experiências culturais e gastronômicas. Ao final, será lançada a “Carta do FIINSA COP30”, com propostas para impulsionar os negócios sustentáveis das florestas e rios amazônicos.
Foto: Lume Criativa









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