Publicado em: 19 de dezembro de 2025
O Centro Cultural Banco da Amazônia abre ao público, a partir do dia 19 de dezembro, a exposição “Hiromi Nagakura até a Amazônia com Ailton Krenak”, uma mostra fotográfica que apresenta 82 imagens inéditas no Brasil produzidas pelo fotógrafo japonês Hiromi Nagakura durante viagens pela Amazônia realizadas entre 1993 e 1998. As expedições foram feitas ao lado do escritor, ambientalista e líder indígena Ailton Krenak, que também assina a curadoria da exposição, ao lado das curadoras adjuntas Angela Pappiani, Eliza Otsuka e Priscyla Gomes.
Idealizada pelo Instituto Tomie Ohtake, a exposição chega pela primeira vez à Amazônia após circular por capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília e Fortaleza. Em Belém, a mostra ganha nova montagem e permanece em cartaz até 22 de fevereiro de 2026, com visitação gratuita. O conjunto de imagens estabelece um diálogo profundo entre fotografia, memória e território, revelando a Amazônia a partir do encontro entre o olhar atento de Nagakura e a escuta sensível de Krenak.

As fotografias foram realizadas em aldeias e comunidades indígenas como Ashaninka, Xavante, Krikati, Gavião, Yawanawá e Huni Kuin, além de comunidades ribeirinhas do Rio Juruá e da região do lavrado, em Roraima. O percurso atravessa os estados do Acre, Roraima, Mato Grosso, Maranhão, São Paulo e Amazonas e constrói um registro visual que ultrapassa a documentação etnográfica, propondo uma reflexão sobre modos de vida, ancestralidade e resistência diante das transformações impostas aos territórios amazônicos.
Integra a exposição a obra “Território imemorial ou Hiromi Nagakura até a Amazônia com Ailton Krenak” (2023), do artista Gustavo Caboco. Criada especialmente para o projeto, a obra apresenta um mapa dos territórios visitados por Nagakura e Krenak articulando memória, cartografia e narrativa indígena.
A programação inclui ainda uma série de visitas e rodas de conversa entre os dias 12 e 14 de janeiro de 2026, com a presença de Ailton Krenak, Hiromi Nagakura e lideranças indígenas de diferentes etnias. As atividades integram as celebrações do aniversário de Belém, comemorado no dia 12 de janeiro.

Para a gerente executiva de Marketing, Comunicação e Promoção do Banco da Amazônia, Ruth Helena Lima, a exposição está alinhada às diretrizes do novo equipamento cultural da instituição. Segundo ela, “a mostra fotográfica oferece uma experiência que não se limita ao campo da arte. É uma oportunidade rara de enxergar a Amazônia não como paisagem distante, mas como presença viva”. A fala destaca o compromisso do Centro Cultural Banco da Amazônia em promover iniciativas que conectem cultura, território e reflexão crítica sobre a região.
A exposição é realizada pelo Instituto Tomie Ohtake, com patrocínio do Banco da Amazônia e do Governo Federal. O projeto tonifica importância da fotografia como instrumento de registro, diálogo intercultural e afirmação de narrativas historicamente silenciadas, colocando em evidência a centralidade dos povos indígenas na construção do pensamento contemporâneo sobre a Amazônia.
Inaugurado em outubro deste ano, o Centro Cultural Banco da Amazônia está localizado na esquina da avenida Presidente Vargas com a rua Carlos Gomes, na praça da República. Com quatro mil metros quadrados, o espaço conta com três galerias e prevê a implantação de biblioteca, minilab de inteligência artificial, salas de oficina, restaurante e café. Trata-se do primeiro equipamento cultural da região amazônica vinculado a uma instituição financeira de economia mista do Governo Federal.
Serviço:
Exposição: Hiromi Nagakura até a Amazônia com Ailton Krenak
Visitação: de 19 de dezembro de 2025 a 22 de fevereiro de 2026
Local: Centro Cultural Banco da Amazônia — Avenida Presidente Vargas, 800, Campina, Belém (PA)
Horário: de terça a sexta, das 10h às 19h; sábados, domingos e feriados, das 10h às 14h
Entrada: gratuita
Programação especial:
12, 13 e 14 de janeiro de 2026 — Visitas, rodas de conversa e oficinas com Ailton Krenak, Hiromi Nagakura e lideranças indígenas de diversas etnias.









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