Publicado em: 18 de dezembro de 2025
Durante a COP30 o governo federal defendeu o Plano de Ação de Gênero. Menos de um mês depois, e na véspera do Dia da Mulher Advogada, o presidente Lula nomeou nove homens para vagas nos Tribunais Regionais Eleitorais de diversos Estados, como se não existissem mulheres no meio jurídico e da magistratura capazes de ocupar esses espaços. Para o seu ministério, apesar de falar que defende o protagonismo feminino, o presidente só consolida o domínio masculino.
Lula vem mostrando na prática que seu discurso não se efetiva. Os Tribunais superiores são o retrato do patriarcalismo. No STF há apenas uma mulher, a ministra Cármen Lúcia, e dez homens, e em 134 anos de existência apenas outras duas mulheres já passaram pela Corte: Ellen Gracie e Rosa Weber (aposentadas). Ao invés de priorizar a presença feminina, como urgência nacional que é, o presidente só cogita nomear homens. Uma vergonha.
Advogadas do Brasil inteiro divulgaram o “Manifesto Nacional pela Vida das Mulheres, pela Democracia e pela Representatividade nos Espaços de Poder”, fazendo um diagnóstico da desigualdade de gênero no Brasil e associando práticas de exclusão à violência institucional e à falta de pluralidade nas decisões de Estado.
A Associação Brasileira das Mulheres de Carreiras Jurídicas também publicou uma nota de repúdio: “Cada nomeação que ignora a paridade é um retrocesso para a luta por um Judiciário plural, justo e democrático. A ABMCJ, junto com milhares de mulheres juristas, se solidariza com todas as colegas que merecem estar nesses espaços. Seguimos firmes, unidas e determinadas a exigir que o futuro do Judiciário reflita a diversidade do Brasil.”









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