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Ontem, após a reunião ministerial na Granja do Torto, o presidente Lula anunciou o que nos bastidores do poder já era um burburinho: Celso Sabino (sem partido) está fora do governo federal. A justificativa oficial é de que o União Brasil pediu a vaga na pasta e indicou Gustavo Feliciano, filho do deputado federal Damião Feliciano (União Brasil-PB).

Ora, em setembro, o União oficializou afastamento do governo federal e mandou os filiados deixarem os cargos. Sabino se recusou a sair jurando que seria da cota pessoal do presidente, a quem prometeu lealdade. Declarou à farta que estava sendo vítima de uma decisão injusta só porque era muito próximo a Lula. Estava até com viagem marcada em janeiro para a feira de Turismo em Madri, na Espanha. Acabou expulso do partido e exonerado do cargo. E eis que agora a direção do União Brasil voltou a ser unha-e-cutícula com Lula, que assim amplia o seu arco de alianças na corrida à recondução ao Planalto. Na terça-feira (16), em reunião de lideranças do União com a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, já tinha sido batido o martelo.

Celso Sabino tentou se viabilizar, mas, sem partido, sem espaço no MDB e nem chance no PT do Pará, com o qual jamais teve sintonia, acenou a possibilidade de embarcar no PSB do prefeito de Ananindeua (PA), Daniel Santos, atual arqui-inimigo da família Barbalho, que oferece a legenda também para sua esposa Erika Sabino disputar assento na Câmara dos Deputados, o que abriu flancos. Ninguém ignora que o governador Helder Barbalho busca ser o ungido para vice de Lula em 2026, e que o maior vulto nacional do PSB é justamente o atual vice, Geraldo Alckmin. Há uma engenharia política em construção, com várias perspectivas abertas e muitas nuanças que só desanuviarão em 2026. E em política, como dizia o célebre e saudoso deputado federal Gerson Peres, boi voa.

Sabino retoma agora o mandato de deputado federal e está em plena pré-campanha para o Senado. E o serpentário político parauara aguarda os próximos movimentos.

Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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