Publicado em: 11 de novembro de 2025
Um novo documento, desenvolvido por quatro das principais redes de pesquisa e ação socioambiental — Alianza Aguas Amazónicas, Alianza NorAmazónica, Red Amazónica de Información Socioambiental Georreferenciada e o Painel Científico para a Amazônia — identifica a conectividade amazônica como a peça que falta nas discussões globais sobre o clima.
O relatório revela que 23% da Amazônia já perdeu sua conectividade ecológica e que outros 13% da região estão gravemente degradados. Essa desconexão ameaça não apenas a maior floresta tropical e o maior sistema de águas doces do planeta, mas também o equilíbrio global do clima, da água e da biodiversidade.
Os especialistas destacam que o desmatamento, as atividades ilegais e as infraestruturas mal planejadas estão rompendo os laços vitais entre rios, florestas e comunidades — enfraquecendo a resiliência natural da região. Em contraste, os territórios indígenas e as unidades de conservação demonstram ser os sistemas mais eficazes na manutenção da conectividade estrutural e funcional da Amazônia, protegendo mais de 220 milhões de hectares de floresta.
A conectividade é a espinha dorsal dos sistemas de vida da Amazônia. Ela sustenta os ciclos de água, nutrientes e carbono em escalas locais, regionais e globais. O documento ressalta ainda que o ciclo da água — e não apenas o do carbono — é determinante para a estabilidade da temperatura global. Proteger os rios e as florestas amazônicas é tão crucial quanto reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
Segundo os dados apresentados:
- 23% da Amazônia já perdeu sua conectividade ecológica;
- 13% adicionais estão funcionalmente degradados;
- Territórios Indígenas mantêm 93% de conectividade, comprovando seu papel central na conservação e na resiliência climática;
- A desconexão entre ecossistemas coloca em risco a segurança alimentar, hídrica e energética do planeta.
Os especialistas defendem que proteger a conectividade deve se tornar critério central na formulação e avaliação de políticas de infraestrutura, desenvolvimento e conservação.









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