Publicado em: 23 de setembro de 2025
Com a chegada do verão amazônico, período que se prolonga até dezembro e é marcado por altas temperaturas, o ZooUNAMA, zoológico da Universidade da Amazônia em Santarém, inovou para assegurar o bem-estar de seus animais silvestres e começou a oferecer a eles picolés preparados com frutas naturais, servidos a aves e mamíferos em dias de calor intenso.
O médico veterinário Jairo Moura explica que os picolés são produzidos com alimentos já presentes na dieta dos animais, como banana, mamão, maçã, mel e água. Segundo ele, a medida favorece o conforto térmico, especialmente em espécies com maior sensibilidade às altas temperaturas. As aves, por exemplo, mantêm temperatura corporal em torno de 40°C, enquanto nos mamíferos essa variação fica entre 36°C e 38,3°C.

Além de refrescar, os picolés funcionam como estímulo comportamental, conforme ressalta o biólogo e responsável técnico do espaço, Esrom Paixão. É uma atividade que entretém, promove interação e ajuda a reduzir os efeitos do calor, considerando que em cativeiro os animais não têm tanta liberdade para buscar sombra ou água. Ele acrescenta que todos os recintos possuem fontes e, em alguns casos, sistemas de mangueiras que simulam chuva. Já os felinos, que não recebem picolés por questões nutricionais, dispõem de tanques para mergulho e hidratação.

A ação também repercute entre os visitantes. A psicóloga Andreza Aguiar, que viajou de Belém com a família e amigos para conhecer o zoológico, relatou surpresa com a iniciativa: “muito bacana. A gente tem essa necessidade de se refrescar e é legal ver que eles também têm essa oportunidade”. Para ela, o cuidado observado amplia a dimensão educativa da experiência: “trouxemos amigos para conhecer e apresentar um pouquinho dos animais que habitam aqui. É muito enriquecedor. E ver esse cuidado com os bichinhos é inspirador”.
O projeto não se limita ao aspecto recreativo. Ele reforça a missão educativa do ZooUNAMA, que busca sensibilizar o público sobre práticas de respeito e conservação. “Os visitantes observam, perguntam e acabam levando esse cuidado para casa, replicando com seus próprios bichinhos. É uma forma de educação ambiental que se multiplica”, conclui Esrom.
Fotos: Henrique Britto/ZooUnama
Comentários