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Na próxima quarta-feira, 20 de agosto, às 20h, o espaço cultural Na Figueredo (Av. Gentil Bittencourt, 449 – Nazaré) recebe a escritora, advogada e poeta Wanda Monteiro para uma roda de conversa sobre as dimensões íntimas e coletivas do exílio. O encontro, intitulado “Chão de Exílio – o que não se narra, mas se recupera”, integra a programação de circulação de seu livro Chão de Exílio (Amo! Editora, 2022), primeiro volume de uma trilogia em homenagem a seu pai, o jornalista, político e intelectual Benedicto Monteiro. Participam da conversa a professora e escritora Giselle Ribeiro e o poeta e artista visual Ney Ferraz Paiva.

A obra parte de experiências vividas por Wanda Monteiro na década de 1970, quando a família enfrentou isolamento social e perseguição política em decorrência da militância de seu pai em defesa da reforma agrária no Pará. Benedicto Monteiro, nascido em Alenquer, foi deputado estadual e teve os direitos políticos cassados durante a ditadura. Preso e humilhado após negociação de rendição, viveu anos em exílio autoimposto em Belém. Nesse cenário de silenciamento forçado, a literatura se tornou para Wanda um chão simbólico e afetivo, um lugar de refúgio, reconstrução e expressão.

Chão de Exílio reúne doze textos inéditos entre contos e prosas poéticas com forte carga memorialística, nos quais a autora renomeia personagens e geografias, criando um território literário híbrido e profundamente sensível. Em destaque está a carta ao pai, onde afirma: “Escolho outra espécie de exílio: viver o afeto de meus filhos, a escrita de meus livros”.

Natural de Alenquer, Wanda Monteiro é escritora, poeta e advogada. Seus textos estão presentes em diversas antologias e revistas literárias como MallamargensGueto e Acrobata. É autora das obras O beijo da chuva (2008), Anverso (2011),Duas mulheres entardecendo (2015, com Maria Helena Latinni), A liturgia do tempo e outros silêncios(2019) eAquatempo – Aquatiempo (2020), este último em edição bilíngue português-espanhol. Em sua escrita, une memória, lírica e resistência.

Giselle Ribeiro é professora de teoria literária na Universidade Federal do Pará (UFPA), coordenadora dos projetosOuvidar (que trabalha a escuta de vozes femininas invisibilizadas= e Ler pra Crer, dedicado à tradução intralingual de textos literários. Doutora em Estudos da Tradução pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), possui sete livros publicados, entre os quais Escola para mulheres safo (2020), A menina com semente de líria no pulmão e Um gato chamado cachorro, ambos voltados ao público infantojuvenil. Atua nas áreas de poesia, literatura ambiental e lexicografia.

Poeta e artista visual, Ney Ferraz Paiva é autor dos livros de poemas Não era suicídio sobre a relva (2000), Nave do nada(2004), Eu queria estar com vocês hoje (2012), Poemas para Max Martins (para ler depois da chuva) (2013) eArrastar um landau debaixo d’água (2014). Também atua como pesquisador e roteirista, tendo participado do documentário Michel Foucault: Razão & Desloucura (TV SESC, 2012). Em 2014, apresentou a instalação Um mundo onde Foucault possa reclinar a cabeça, estabelecendo uma interseção poética entre o filósofo francês e a fotógrafa Francesca Woodman.

A roda de conversa é aberta ao público e representa um convite à reflexão sobre a força transformadora da literatura em contextos de silêncio, memória e resistência.

Gabriella Florenzano
Cantora, cineasta, comunicóloga, doutoranda em ciência e tecnologia das artes, professora, atleta amadora – não necessariamente nesta mesma ordem. Viaja pelo mundo e na maionese.

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