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Há uma década, o músico, pesquisador e educador Salomão Habib tem semeado, por meio da música, uma visão de futuro centrada na sustentabilidade, no respeito à cultura amazônica e na formação cidadã das novas gerações. Seu projeto “Cantar-o-Lar”, desenvolvido desde 2014, já alcançou 114 escolas públicas de Belém e atendeu 16.404 crianças, levando uma proposta pedagógica profundamente enraizada nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.

Salomão Habib, que além do “Cantar-o-Lar” ostenta uma brilhante carreira artística e acadêmica, foi incluído como referência nos livros didáticos utilizados na rede pública do Pará, marco que o autor celebra com entusiasmo. “É uma alegria imensa ver uma proposta de vida construída com amor, responsabilidade e visão coletiva ganhar reconhecimento oficial e inspirar mais educadores e escolas”, afirma o grande mestre do violão parauara.

O “Cantar-o-Lar” é resultado direto do compromisso de Salomão Habib com o meio ambiente e com a infância. Filho da Amazônia e com alma de educador, ele sempre se preocupou em trabalhar os valores ambientais desde a base: o ensino infantil. A metodologia criada por ele articula mais de 350 canções autorais infantis, que tratam de temas como descarte correto do lixo, biodiversidade, afetividade, gastronomia amazônica, patrimônio histórico, mitos regionais e direitos humanos, promovendo uma vivência lúdica e crítica da realidade local.

Muito além da musicalização, o projeto propõe uma formação humanitária e integral, estimulando a empatia, o senso de pertencimento e o engajamento socioambiental desde cedo. As crianças, ao participarem das atividades, assinam uma “Carta de Compromisso com a Terra”, simbolizando sua adesão à ideia de que proteger o planeta é uma responsabilidade compartilhada.

Salomão estruturou todo o conteúdo do “Cantar-o-Lar” a partir das metas estabelecidas pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que envolvem desde a erradicação da pobreza e o acesso à educação de qualidade até a preservação dos ecossistemas e o combate às mudanças climáticas. As canções, jogos, rodas de conversa e dramatizações envolvem diretamente os estudantes e ajudam a traduzir os conceitos dos ODS em vivências acessíveis, próximas e afetivas.

Para Salomão, a Amazônia não é apenas o pano de fundo das composições: ela é o sujeito principal. “As crianças debatem, conversam e cantam uma Amazônia sustentável”, diz o professor. “A música é o ponto de partida para despertar nelas o amor pela sua terra, sua cultura, seu povo e o compromisso com um futuro justo e equilibrado.”

O “Cantar-o-Lar” é um movimento de reinvenção da educação na Amazônia, no qual a cultura local, a sustentabilidade e a participação ativa das crianças ocupam um papel central. É uma semente que germina em sala de aula, floresce em consciência coletiva e frutifica em ações concretas pela preservação do planeta. Infelizmente, ele está parado, no momento. Alô, prefeito Igor Normando, que tal a Prefeitura de Belém apoiar a continuidade deste projeto maravilhoso?

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Gabriella Florenzano
Cantora, cineasta, comunicóloga, doutoranda em ciência e tecnologia das artes, professora, atleta amadora – não necessariamente nesta mesma ordem. Viaja pelo mundo e na maionese.

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