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Um levantamento da TIM Ads mostrou que 39% dos entrevistados no Pará indicaram o uso do PIX, sistema de pagamentos instantâneos desenvolvido pelo Banco Central do Brasil, como principal método de pagamento nas compras de presentes do Dia dos Pais em 2025. Este é um crescimento expressivo frente aos 16% registrados no ano anterior.

A adoção do PIX, que alia praticidade, gratuidade e instantaneidade, ocorre em um momento em que plataformas de pagamento internacionais pressionam por maior espaço no Brasil e em outros mercados emergentes. O avanço do sistema nacional tem sido motivo de tensão, inclusive em círculos geopolíticos, já que o PIX é um dos fatores incômodos para os interesses econômicos das grandes big techs estadunidenses, contrariadas pela soberania digital que o modelo brasileiro representa.

O estudo foi aplicado a mais de 35 mil clientes em todo o país, especialmente jovens de até 34 anos, faixa que lidera o uso de tecnologias digitais e revela hábitos de consumo em transformação. No Pará, além da consolidação do PIX, a pesquisa apontou que 28% dos consumidores pretendem gastar até R$ 100 com presentes, enquanto 67% preveem investir até R$ 300, valor três vezes superior à média de 2024.

Esses dados revelam não apenas um aumento no tíquete médio, mas também a disposição para investir mais em presentes com significado afetivo. No estado, o levantamento indica que 42% escolherão os pais como presenteados principais, seguidos por cônjuges (16%) e filhos ou irmãos (12%).

Entre os itens mais desejados estão roupas (21%), perfumes (20%) e acessórios (16%), evidenciando a valorização de presentes de uso pessoal e com valor simbólico.

Apesar da tendência crescente de digitalização, a preferência pelas lojas físicas ainda predomina no Pará, com 53% das escolhas. Contudo, a convivência com o comércio digital já é uma realidade. O uso de dinheiro (28%) e cartão de crédito (15%) como formas de pagamento permanece relevante, mas é o avanço do PIX que chama atenção.

A plataforma, lançada em 2020, tem crescido em ritmo acelerado, superando meios de pagamento tradicionais ao eliminar taxas, agilizar transferências e permitir transações em qualquer dia ou horário. Sua ampla aceitação por estabelecimentos comerciais, microempreendedores e consumidores comuns democratizou o acesso ao sistema financeiro.

O protagonismo do PIX vai além da economia do dia a dia. Ele representa uma conquista tecnológica e estratégica do Estado brasileiro em frente a sistemas de pagamento estrangeiros. Enquanto carteiras digitais vinculadas a big techs tentam ampliar sua base de usuários no país, enfrentam a concorrência de um sistema público, gratuito e de ampla aceitação nacional.

Esse diferencial incomoda gigantes do setor tecnológico que, acostumadas a dominar o mercado de dados e transações financeiras em países do Sul Global, veem no modelo brasileiro uma barreira à sua expansão. Um dos motivos da tentativa de intervenção do presidente estadunidense Donald Trump na soberania brasileira seria para frear ou redesenhar o PIX de forma que favoreça a integração com plataformas privadas controladas fora do Brasil.

Gabriella Florenzano
Cantora, cineasta, comunicóloga, doutoranda em ciência e tecnologia das artes, professora, atleta amadora – não necessariamente nesta mesma ordem. Viaja pelo mundo e na maionese.

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