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O Observatório Atmosférico da Amazônia, instalado na Fazenda Experimental da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), em Santarém, acaba de ter sua estrutura científica ampliada com a substituição do espectrômetro Cimel, um equipamento de alta precisão utilizado para medir a concentração de aerossóis atmosféricos (partículas suspensas no ar, como poeira, cinzas e fumaça).

A substituição foi realizada nesta semana por um técnico da NASA (Agência Espacial dos Estados Unidos), responsável pelo desenvolvimento da rede Aeronet, da qual o equipamento faz parte. A Ufopa integra essa rede por meio do Projeto Sonda, coordenado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), parceiro institucional da universidade.

Com a instalação do novo espectrômetro, o Observatório amplia sua capacidade de atuação justamente no início do período mais crítico para a qualidade do ar na região amazônica: o chamado “verão amazônico”, quando se intensificam os focos de queimadas. Além de realizar medições baseadas na radiação solar, o novo equipamento também é capaz de fazer coletas durante a noite, utilizando a luminosidade da Lua como fonte de análise.

“Ele consegue medir a quantidade de aerossóis no período noturno, o que é de grande importância, em função de que Santarém, assim como toda a região amazônica, sofre as consequências das queimadas, dos aerossóis que ficam em suspensão na atmosfera em função das queimadas, principalmente entrando agora no período seco”, explica o professor Lucas Vaz Peres, do curso de Ciências Atmosféricas da Ufopa.

O espectrômetro é essencial para monitorar as partículas finas lançadas no ar por queimadas, que têm impacto direto sobre o clima, a saúde humana e a biodiversidade. A partir da medição da radiação solar difusa e direta, o equipamento permite identificar o tipo e a quantidade de material particulado presente na atmosfera, informações que subsidiam tanto pesquisas científicas quanto políticas públicas ambientais e de saúde.

A substituição do equipamento foi conduzida pelo técnico da NASA Christopher Bennett, com acompanhamento dos professores Lucas Vaz Peres, Rodrigo da Silva e Theomar Neves, do Instituto de Engenharia e Geociências (IEG) da Ufopa, além da participação da estudante Nicole de Oliveira, bolsista do Inpe e aluna do curso de Ciências Atmosféricas.

Imagens: Ascom/Ufopa

Gabriella Florenzano
Cantora, cineasta, comunicóloga, doutoranda em ciência e tecnologia das artes, professora, atleta amadora – não necessariamente nesta mesma ordem. Viaja pelo mundo e na maionese.

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