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A água como presença, percurso, memória e existência. Com essa perspectiva, a exposição fotográfica “Entre águas” abre ao público nesta sexta-feira, 25 de abril, às 19h, na Galeria Visagem (Travessa São Pedro, 842, loja 4, Batista Campos), em Belém. A mostra apresenta trabalhos dos fotógrafos paraenses Deia Lima, Neide Coelho, Marilu Cruz, Patrícia Brasil, Rafael Aguilera, Rone Pires, Valério Silveira e Vania Lucia Alves, reunindo mais de 30 imagens selecionadas em curadoria coletiva. “Entre águas” tem entrada gratuita e pode ser visitada de 25 de abril a 30 de junho, nos seguintes horários: terças a sextas das 15h às 19h, e sábados das 10h às 13h.

A proposta é mergulhar no cotidiano amazônico a partir da relação íntima e inevitável com os elementos líquidos que definem o território. Os registros evocam o impacto da água não apenas como componente paisagístico, mas como força vital, simbólica e sensorial. A mostra, ao ocupar o espaço expositivo da Visagem, torna-se também um convite à contemplação e ao reconhecimento da Amazônia como região onde os rios, a chuva e os espelhos d’água ditam o ritmo da vida e moldam as memórias.

Uma tarde de chuva – Deia Lima

“Minha relação com as águas é profunda, quase visceral”, afirma a fotógrafa Deia Lima. “Belém é atravessada por rios, igarapés, baías e chuvas constantes, e é impossível viver aqui sem ser marcada por essa presença líquida. A fotografia me permite não só observar, mas também dialogar com essas águas”, completa. A fala da artista sintetiza o sentimento que atravessa a mostra: a água como interlocutora da experiência.

A fotógrafa Marilu Cruz também ressalta essa imersão desde a infância. “Aprendi cedo que a água não é só elemento, é caminho. Mergulhando em igarapés e tomando banho de chuva na rua da minha avó, sentindo a força das marés na ilha do Marajó, entendi que a água cura — não como promessa, mas como gesto contínuo de acolher e transformar”, relata.

Amanhecer ribeirinho – Patrícia Brasil

A exposição “Entre águas” foi construída de forma colaborativa, refletindo o espírito de troca e escuta entre os artistas envolvidos. Ao invés de um recorte temático rígido, a curadoria privilegiou os afetos, os atravessamentos e os olhares singulares de cada fotógrafo diante das múltiplas expressões da água na região amazônica.

Foto em destaque: Céu de águas – Valerio Silveira

Gabriella Florenzano
Cantora, cineasta, comunicóloga, doutoranda em ciência e tecnologia das artes, professora, atleta amadora – não necessariamente nesta mesma ordem. Viaja pelo mundo e na maionese.

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