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Eu venho cantando
a pedra
aqui há anos. De vez em quando, os políticos resolvem pressionar o
governo federal, fazem reuniões com ministros, todo mundo dá entrevista, datas
são marcadas, o tempo passa, o tempo voa, e a hidrovia Tocantins/Araguaia – que
é de interesse nacional e impacta diretamente cinco Estados brasileiros (Pará, Mato Grosso, Goiás, Tocantins e Maranhão) – não
sai do papel.
Sequer no trecho Marabá/Vila do Conde é viabilizada
a navegação. O projeto de derrocamento do pedral do Lourenço está pior do que
novela mexicana. Não há meio de ter desfecho feliz. A ALPA, siderúrgica da
Vale, já foi para o espaço. O sonho
do polo metal-mecânico está a caminho. A inércia diante do silêncio da União é
assustadora.
Em 2010 o projeto de derrocamento do pedral do
Lourenço estava pronto, licenciado, licitado e com orçamento garantido no PAC.
De repente, o dinheiro foi realocado, a licitação denunciada, a licença caiu e
até o projeto sofreu readequação. Três anos depois, esgotados todos os
pretextos, nenhum avanço. O projeto patrocinado pela Vale virou segredo de
Estado, inexplicavelmente. E a desculpa da
hora
é que a Marinha é que vai escolher a metodologia e a largura do canal,
acreditem. Ah! E que antes de licitar a obra é preciso que ela obtenha a
licença ambiental. Mas será que ninguém lembrou disso antes?!
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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