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FOTOS: HENRIQUETA CAVALCANTE
É gravíssima a situação em vários municípios do arquipélago do Marajó. Anajás não tem juiz, promotor nem delegado. Em Breves, uma criancinha de dois anos foi estuprada e o juiz não viu problema em manter o agressor na mesma casa junto com a vítima. Em Bagre, há uma ação civil pública transitada em julgado obrigando o prefeito a fornecer água potável e outra para fazer valer a lei que proíbe o nepotismo.

Aliás, em Bagre, há um mês, o bispo do Marajó, Dom José Azcona, em plena audiência pública, disse ao major Cintra, que comanda a PM local, que há a convicção de todo o povo no sentido de que os policiais militares recebem dinheiro dos narcotraficantes que operam na região. Toda a multidão que lotava o ambiente gritou “_É verdade!”. O major calou. 

Na cerimônia da Crisma, uma semana depois, Dom Azcona – que é um guerreiro contra as mazelas que afligem a população marajoara – disse aos adolescentes que eles estão sendo dizimados pela PM e pelo narcotráfico, que têm que se defender porque estão sozinhos.

Não é possível que o secretário de Segurança se cale e permaneça inerte diante de tamanha tragédia a se abater sobre o povo marajoara. É preciso que o governador Simão Jatene assuma pessoalmente as rédeas das ações e urgentemente faça um remanejamento do destacamento da PM, instale várias unidades do Pro-Paz e leve a presença do Estado para essa gente abandonada que nem se sente cidadã.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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