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Nem um rápido apagão durante a sessão solene empanou
o brilho e a grande emoção que tomou conta da Alepa, hoje, durante a chegada da
imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré. Servidores, convidados e moradores
das ruas próximas esperavam para homenagear a padroeira e erguiam as mãos em
preces fervorosas. No plenário Newton Miranda, um dos púlpitos foi decorado com
flores para receber a berlinda. Durante a sessão solene foi preciso o mestre de
cerimônia pedir a suspensão das fotos ao lado da imagem, tal era a aglomeração
em torno da santinha.

O arcebispo metropolitano de Belém, Dom Alberto Taveira, e o presidente da
festa de Nazaré, Kleber Vieira, participaram da mesa oficial da sessão,
conduzida pelo presidente, deputado Márcio Miranda, que outorgou a Comenda
Nossa Senhora de Nazaré a várias personalidades. A presidente do TJE-PA, Desembargadora
Luzia Nadja Guimarães Nascimento, uma das agraciadas com a honraria, usou a
tribuna para agradecer em nome de todos os homenageados. Seu discurso foi muito
feliz, traduziu com simplicidade o sentimento de todos os paraenses em relação
ao Círio.

A cantora popular Gleise Machado interpretou a canção “Eu sou de Lá”, do padre
Fábio de Melo, e a soprano Geni Goetze, servidora do Poder Legislativo, cantou  a Ave Maria de Gounod.
O padre Raul
Tavares, figura extremamente carismática, representa emblematicamente os agraciados
pela Alepa na sessão de hoje. Fundador da Caju (a Casa da Juventude de Belém), em
1959, ele estimulou e
criou,
pioneiramente, diversos projetos, tais como feiras de ciências, festivais de
música, simpósios sobre a Amazônia e de conscientização de realidades regionais,
semanas estudantis e exposições de arte, trabalhando uma geração que atuou
ativamente nas dimensões religiosa, social, cultural e política. Por
causa disso, em
1968, durante a ditadura militar, teve que ir
para o exílio no Chile, e a Caju fechou por um ano. Padre Raul foi considerado
subversivo e aliciador de jovens para ideologia comunista, foi preso e
humilhado. Quando ele voltou em 1969, sob severa vigilância dos militares, a Caju
passou a atuar só nos âmbitos religioso e cultural. Atualmente atua, de forma
especial, nas dimensões religiosa, missionária e social, nas quais os jovens resgatam outros
jovens por meio da arte, música, encontros de formação e atividades de
assistência social, sempre sob o olhar atencioso de Padre Raul (na última foto, com a medalha).
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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