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É uma vergonha a ‘resposta’ da Sespa ao pedido de informações formulado pela cidadã Leidiluci Ferreira Brito sobre o porquê de faltar medicamentos nos hospitais do Pará e quais as medidas corretivas a serem adotadas, com prazo e responsável. 

Leiam. Não bastasse o Português sofrível e inadmissível para a assinatura de um secretário de Estado que dispõe de assessoria e se manifesta em nome o Governo do Estado, as informações contraditórias, as justificativas pífias, o jogo-de-empurra com a autonomia do Hospital Ofir Loyola – como se não fosse tudo responsabilidade do Estado do Pará -, além do tom panfletário ao final, o documento causa estupor. 

Vocês lembram que tratei duas vezes do caso de Leidiluci, no post Paciente com leucemia sem remédio e em SOS Pacientes do Hospital Ofir Loyola. Em ambas o governador Simão Jatene e o secretário especial de Proteção Social, Adnan Demachki, atenderam prontamente a solicitação e determinaram providências urgentes. Como é que não só o problema persiste como o próprio titular da Sespa tenta justificar o injustificável?!

Como é que ele afirma que nem sempre é possível a garantia de cumprimento de prazos pelo fornecedor? Estamos falando de medicamentos para câncer, não de batons!

Dizer que há problemas nas licitações é chover no molhado. Sim, todos sabemos da máfia dos laboratórios, mas também ninguém ignora a desumanidade da burocracia, além da desídia. No caso de Leidiluci, por exemplo, a medicação estava faltando desde julho de 2013 e só em dezembro foi providenciada, isso depois que seu caso foi publicado e o governador cobrou dos responsáveis. E esse não é um caso isolado, é desgraçadamente constante. Tratar como normal e aceitável o descontrole e a falta de medicamentos a pacientes com câncer é abominável.

Ao dizer que 25% dos custos do HOL são com câncer do colo do útero, que poderia ser evitado facilmente com uso de camisinha, o secretário atira diretamente no colo do doente a culpa pela doença. E ainda conclui chorando miséria ao contar que só dispõe de R$17,81 per capita ao mês para fazer face a todas as despesas de Saúde do Estado. Quase que a Leidiluci colabora com R$10.

Quer dizer, então, que as palavras do governador Simão Jatene garantindo providências foram jogadas ao vento e nada valem?

Aguardamos resposta, efetiva, consistente e responsável.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

Belém-Lisboa, ora pois, pois!

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