Publicado em: 14 de fevereiro de 2014
Recebi e-mail da Semob intitulado – vejam só! – “direito de resposta com pedido de imediata publicação em seu blog“. Tremendo de medo diante do tom utilizado, publico o texto recebido:
“A Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém afirma que não procedem as informações no post publicado sobre a SeMOB nesta sexta-feira, 14. A começar que o contrato da empresa que opera os radares é de aluguel e manutenção e não há em contrato absolutamente nenhum percentual sobre a quantidade de multas emitidas. O valor é fixo por radar, independente se ele gera flagrantes ou não e ainda há um desconto no valor da mensalidade paga proporcional ao número de imagens que não tenham condições de visualização do flagrante, com baixa definição, portanto um desconto relacionado à qualidade do serviço prestado, e não à quantidade.
Quanto à calibragem do radar em questão, a SeMOB informa que todos os radares são aferidos pelo Inmetro, que emite um laudo que garante a confiabilidade do sistema. Não há, portanto, nada que ponha em questionamento o grau de precisão dos equipamentos.
A SeMOB ressalta ainda que, poucos metros antes do radar de 60km/h, a avenida Júlio César tem velocidade média de 40km/h, como determina o Código de Trânsito Brasileiro às proximidades de entrada e saída de elevados. Na área do radar, portanto, os veículos deveriam estar iniciando o processo de aceleração, e quem passa acima do limite de 60km/h é porque já vem desrespeitando o limite anterior de 40km/h, ou seja, já vem cometendo uma infração de trânsito muito antes de ser flagrado pelo radar que, ressalte-se, segundo o CTB não precisa mais ser sinalizado à população. O radar foi colocado na Avenida Júlio César exatamente por se observar o não respeito à sinalização de excesso de velocidade, o que vinha colocando em risco a vida de condutores e pedestres.
Diante do exposto, a SeMOB assegura que o grande número de multas no radar referido no post dá-se exclusivamente por imprudência dos condutores que não respeitam as placas de excesso de velocidade. Transferir a responsabilidade dos condutores a uma suposta falha tendenciosa do órgão é uma acusação sem fundamento e que só estimula a manutenção de um trânsito que não respeita as regras determinadas pelo Código de Trânsito Brasileiro.”
NOTA DO BLOG – Perguntinha pertinente: e quanto aos acidentes de trânsito com mortes e graves sequelas, que proliferam? E quanto à falta de uma política educativa e à absoluta ausência de espaço cidadão ao pedestre e ao ciclista? Nenhuma sílaba? Não deveria ser este o início, meio e fim das preocupações da Semob? A vida humana em primeiro lugar?
Vale lembrar, ainda, que eu pedi logo no início de janeiro deste ano entrevista à doutora superintendente da Semob, Maisa Tobias, entrevista sobre a alternativa hidroviária no transporte público de Belém que, aliás, não canso de elogiar. E, embora seja uma pauta altamente positiva para a Prefeitura de Belém, até hoje não tive resposta. Pedi, alternativamente, dados sobre este projeto. Nem tchuns.
Então, prefeito Zenaldo Coutinho, converse com a sua presidente de autarquia. Que trate bem os jornalistas, porque nós só queremos informar a população. Que conceda entrevistas pelo menos quando a pauta for daquelas que todo governante pede a Deus, como era a da entrevista que eu solicitei em janeiro. Afinal, quem tem legitimidade para reclamar é a sociedade, e não os que estão em cargos executivos com a obrigação de encontrar solução para os problemas que impedem o bem estar público.
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