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É de causar estupor a situação no Banco da Amazônia. Abidias José de Sousa Jr., presidente da instituição bancária de 24.04.2007 até 07.02.2013, na condição de funcionário cedido pelo Banco do Brasil, está pleiteando na Justiça do Trabalho (proc. nº 0000102-60.2014.5.08.0009), diferenças salariais correspondentes a 20% da remuneração do cargo exercido e seus reflexos no FGTS, mais 40%, e na Participação nos Lucros e Resultados, tudo devidamente atualizado com juros e correção monetária, cujo valor importa em exatos R$ 1.053.342,36.
Eduardo José de Lima Cunha, diretor do Basa no período de 04.08.2008 a 22.11.2011, coincidentemente funcionário cedido pelo BB, 
também quer as mesmíssimas parcelas, que totalizam R$ 550.965,36 (proc. nº 0000107-64.2014.5.08.0015). Ambos pediram tutela antecipada nas ações que tramitam perante a 9ª e a 15ª Varas do Trabalho, respectivamente, já indeferidas. No caso de Eduardo, a audiência inaugural foi designada para o dia 31.03.2014 às 10:35h.


Os detalhes são alarmantes, porque está em jogo o dinheiro público: o chefe do setor jurídico do Basa, Marçal Marcelino Neto, é – coincidência de novo! – oriundo do Banco do Brasil. A advogada subscritora das reclamações trabalhistas do ex-presidente Abidias Jr. e ex-diretor Eduardo é Jacqueline Maria Malcher Martins, que já defendeu o Basa em várias ações trabalhistas, em passado recente, na qualidade de integrante do escritório terceirizado Canto Advocacia, cujo titular, advogado José Raimundo Canto, é ex-integrante do quadro da Assessoria Jurídica – adivinhem? – do Banco do Brasil e amigo íntimo do gerente jurídico do Basa(!).


Não bastasse, o endereço profissional da advogada Sílvia Lorena Cardoso da Silva, a outra patrona das ações do ex-presidente e do ex-diretor do Banco, conforme consta nos autos, é na Av. Senador Lemos, nº 443, sala 301, bairro  do Umarizal, CEP 66050-000, exatamente o mesmo endereço profissional do titular da Gerência Jurídica do Basa, conforme registra o site “Guia Mais”. Mais uma da interminável sucessão de coincidências.

A Associação dos Empregados do Banco da Amazônia frisa que, em 71 anos, é a primeira vez na história que um ex-presidente e um ex-diretor do Basa ajuízam uma reclamação trabalhista contra a instituição. Diante da gravidade dos fatos, o mais prudente é o que pugna a Aeba: o afastamento imediato do gerente jurídico, a formação de uma junta de advogados empregados do Basa para defendê-lo nos feitos e a abertura de inquérito administrativo e disciplinar para apurar o caso. Leiam os folderes aí embaixo para conhecer mais detalhes.


Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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