Publicado em: 27 de abril de 2016
O Ministério Público do Estado do Pará, em parceria com o IV Distrito Naval, Propaz, Secretaria de Segurança Pública do Estado e Superintendência do Trabalho e Emprego, realizou, de 15 a 18 de abril, operação de combate à exploração sexual infantil no arquipélago do Marajó. Durante todo o período – vejam só! – não foi constatada qualquer situação do tipo. Óbvio! A operação foi divulgada com antecedência, e todos os envolvidos sabiam dos detalhes da ação. Evidentemente, não iriam se entregar de bandeja à polícia. Foi só saírem de lá e tudo voltou à rotina: crianças que deixam de frequentar a escola para sofrerem todo tipo de abuso dentro das embarcações que cruzam o arquipélago, em troca de um quilo de carne, um pacote de biscoitos ou um litro de óleo diesel.
Há décadas os órgãos governamentais são demandados para que executem um plano de enfrentamento aos constantes e gritantes abusos contra crianças e adolescentes. Até as pedras, principalmente do rio Tajapuru, na comunidade de Antônio Lemos e em toda a região do Estreito de Breves sabem como e quando tudo acontece. O bispo do Marajó, Dom José Azcona, denuncia há trinta anos os horrores vividos por meninas e meninos aos desamparo. Agora, com aviso prévio da fiscalização, evidentemente nada de irregular acontece. É de doer tanta, digamos, ingenuidade.
Foram utilizados na operação o navio-patrulha Bocaina, uma lancha de ação rápida e dois botes, além dos barcos André Luiz, Asa Branca, duas lanchas tipo “voadeiras” e uma lancha com cabine. Nada menos que 54 militares participaram da viagem. Um verdadeiro espetáculo de desperdício de tempo e dinheiro. Menos mal que a Marinha atendeu 107 pessoas e realizou 61 procedimentos médico-odontológicos.
Na próxima vez – se houver – não custa uma sugestão: deixem os holofotes para depois. Para flagrar crimes, até criança sabe que é necessário alto sigilo.
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