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Apesar da linha aérea direta Belém-Lisboa, o espaço destinado a cargas nos aviões da TAP viaja vazio, e como são elas que sustentam os voos, estes correm o risco de redução da frequência ou de aumento dos valores das passagens. Para agravar a situação, de acordo com o presidente da Associação Comercial do Pará e da Faciapa – Federação das Associações Comerciais do Pará, Fábio Lúcio Costa, 70% da exportação brasileira de peixes ornamentais saem do Pará, mas são primeiro enviados para a região sudeste do Brasil. Nesse caminho, os empresários perdem, aproximadamente, 30% dos animais. 

A Câmara Portuguesa de Comércio no Pará existe desde 1911, a fim de promover investimentos na importação e exportação. Contudo, o volume de exportação do Pará a Portugal é praticamente zero. 

Para entender o porquê dessas distorções e tentar ajudar a fortalecer as relações comerciais entre os dois países, o presidente da Alepa, deputado Márcio Miranda, reuniu com os representantes do setor no governo e iniciativa privada, em uma conversa franca na qual foram identificados os nós da relação e apresentadas sugestões de como podem ser equacionados os problemas. 

Um novo encontro já está marcado para o próximo dia 05 de abril, quando outros atores já estão convidados pela Alepa a participar do debate, como por exemplo o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia, Adnan Demachki, a Federação das Indústrias do Pará, o Centro Internacional de Negócios, a Adapa -Associação dos Distribuidores e Atacadistas do Pará e as empresas terceirizadas que cuidam das cargas, num esforço conjunto com a Faepa, Fiepa, Fecomércio, operadoras aéreas, agências de viagens e governo do Estado, de modo a viabilizar a exportação, principalmente, de cosméticos, biojoias, flores, frutos e sucos, que teriam mercado em Portugal, e a demanda de lá para cá de doces e frutas portugueses, que são fantásticos mas chegam muito caros e não conseguem competir.

Já está em curso um programa do governo do Estado em parceria com a prefeitura de Belém e entidades empresariais no sentido da internacionalização da economia paraense, de fortalecimento dos pequenos empreendimentos. Este semestre foram confirmadas duas missões empresariais a Portugal, com ênfase em alimentos e cosméticos, cujo potencial é considerado gigantesco no Pará.

E nos próximos dias 11, 2 e 13 de abril o staff do grupo empresarial lusitano Vila Galé vem a Belém para instalar duas unidades hoteleiras: um resort em Santa Bárbara e um empreendimento nos moldes dos que já exite em Salvador(BA), em prédio histórico na capital. O empresariado parauara está trabalhando para que os portugueses tragam seus produtos da grife Casa da Santa Vitória, empresa do grupo focada na produção e comercialização de vinhos e azeites alentejanos. O primeiro passo, claro, é negociar preço de frete compatível. Por outro lado, o azeite Gallo é importado com exclusividade pela Cargill, multinacional que está instalada no Pará em terminais graneleiros e tem incentivos fiscais. É outra possibilidade comercial. 
Tanto o Vice-Cônsul de Portugal, Francisco Neto Brandão, quanto o secretário adjunto da Secretaria de Turismo do Pará, Joy Colares; a presidente da Abav-PA, Edna Rocha; o gerente comercial da TAP, Douglas Lima; o presidente da Câmara Portuguesa, Reginaldo Ferreira; e o presidente da ACP, Fábio Lúcio Costa, concordam que a implantação de um polo de importação e exportação na capital paraense ajudaria a manter elevado o fluxo de mercadorias entre Belém e Lisboa. A presidente da Abav-PA (Associação Brasileira de Agentes de Viagens), Edna Rocha, salienta a importância do reforço no marketing e da presença do Pará nas feiras nacionais e internacionais, tanto de comércio quanto de turismo, como forma de alavancar a economia.

Os deputados Martinho Carmona, Celso Sabino e Sidney Rosa também participaram da reunião.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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