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Mosqueiro. Foto da Agência Pará.
O distrito de Mosqueiro faz hoje 122 anos. A cerca de 86 Km do centro de Belém, tem 22 praias e mais de 30 quilômetros de areia banhada pelo rio que, na preamar com vento forte, forma ondas típicas do oceano. Chalés, casarões e sobrados na orla, com características europeias, remetem à época do apogeu da borracha, no final do século XIX e início do século XX.   

O codinome “Bucólica” há muito perdeu o sentido. Desde 1970, com a construção da ponte que liga por terra a ilha ao resto do município de Belém do Pará, hordas invadiram a antigamente tranquila vila, cujos pirulitos de mel e de maracujá e todo o imaginário das ‘varinhas do amor’ (gravetos nos quais as pessoas inscreviam o nome e presenteavam alguém, que teria sorte em geral e também no amor) se perderam no tempo. Como diz o caboclo, hoje malmente existem as tapioquinhas e os peixes

A ocupação irregular e desordenada da orla, banheiros com fossa na areia fazem proliferar os problemas ambientais na ilha. Resultado: barracas afundando e erosão. A imensa Área de Preservação que equivale a mais de 20 bosques Rodrigues Alves não pode ser visitada, porque não existe um plano de manejo e pessoas entram na reserva para caçar pássaros e retirar árvores, ao invés do turismo ecológico. 

Nossa Senhora do Ó é a padroeira de Mosqueiro. Trata-se de um dos cultos marianos mais antigos, com a particularidade de apresentar Maria grávida, uma das poucas imagens no Brasil. 

Outra curiosidade histórica é que a praia do Chapéu Virado foi palco de sangrenta batalha durante a Cabanagem, e Mosqueiro sediou a primeira fábrica de pneus do Brasil, na década de 1930. 

Parabéns aos mosqueirenses que resistem heroicamente!
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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