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“Li por esses dias duas publicações de pensadores interessantes, o primeiro um sociólogo polonês, Zygmunt Bauman e o outro, Leonard Mlodinov. Entre eles, pode haver alguma semelhança, não sei, mas o que dizem é bom para refletir. Zygmunt está preocupado com mecanismos como Facebook, criando a ilusão de amizades, sendo que nada é face to face, e com um clic, desconectamos toda a amizade. Acha que somos solitários em uma multidão, cada um com seu headphone, alguns com headphone desligados, mas nas orelhas, apenas para evitar qualquer contato. Disse também que o mundo, a civilização, não pode viver sem dois valores essenciais: segurança e liberdade. O problema está na correta fórmula de equilibrar esses valores. Segurança sem liberdade é escravidão. Liberdade sem segurança é o caos. Encontre a mistura certa e seremos felizes. Zygmund diz que nosso caráter é que vai fazer a opção certa do destino que teremos. Sócrates acreditava que o segredo da felicidade estava em criar uma forma de vida para si. Uma maneira de viver, afinal, cada um é cada um. Pense. Escolha seu destino. Mas é preciso estar preparado. Leonard Mlodinov não acredita na existência de um Deus. Acredita no princípio da aleatoridade. Tudo é aleatório. O que é preciso, como Shakespeare escreveu, é estar pronto. Para tudo, é preciso estar pronto. Leonard diz que seus pais se safaram do campo de concentração e ele pôde nascer. “Que Deus é esse que decidiu matar toda a minha família mas poupou apenas meus pais para que eu pudesse nascer”. Tudo é o acaso. Tanto que ele, físico, em algum momento largou tudo e foi para Hollywood onde escreveu roteiros para dois ou três grandes blockbusters. Depois virou escritor. Ele acha que é preciso perceber quando o acaso surge e ir em frente, aproveitar as chances, mesmo que isso signifique mudar tudo o que vinha fazendo. Até lembrei dos versos de Ferreira Gullar em “Onde andarás”, que Caetano Veloso musicou, “e é por isso que eu saio na rua, sem saber pra quê, na esperança, talvez, de que o acaso, por mero descaso, me leve a você”. E o garoto que de repente, começou a ter notas baixas na escola e queixas dos professores. A mãe chamou pra conversar. “Ah, mãe, eu não quero ser chamado de nerd!”. A mãe argumentou que grandes e famosos se tornaram assim por estudar, por tirar notas altas. Nananana. O máximo que conseguiu foi que ele elevasse as notas, mas nada de tanto destaque. Que coisa! A professora Rosely Sayão está preocupada com essa sociedade do espetáculo em que mais importante de tudo é a aparência, estereótipos que deixam de lado o conhecimento, trocado pelos highlights de rápida pesquisa no Google. E você, o que acha?”
(Do blog Opinião não se discute, do dramaturgo, escritor, jornalista e publicitário Edyr Augusto Proença, que vale a pena ser visitado.)
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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