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O clássico RE-PA, com a vitória azulina por 3 a 2, da noite desta terça-feira (14), no Mangueirão, foi mais do que um jogo: foi um retrato fiel dos rumos opostos que Remo e Paysandu tomaram nesta Série B de 2025. De um lado, sob o comando de Guto Fereira, um Remo embalado, confiante e em franca ascensão. Do outro, um Papão perdido, abatido e sem rumo. O placar final coroou quem quis mais e fez o gol da vitória no final.

Desde o apito inicial, o time azulino mostrou mais intensidade e organização. Com o resultado, o Remo chegou à sua quarta vitória consecutiva, encostou de vez no G-4, com 51 pontos, e mantém o sonho do acesso. A torcida azulina cantou até o fim e comemorou a vitória sobre seu maior rival.

No lado bicolor, a situação é dramática. O Paysandu amargou mais uma derrota – e esta doeu em dobro, pela rivalidade e pela tabela. O time segue na lanterna, com apenas 26 pontos, com um futebol pobre e sem identidade. A falta de reação dentro de campo espelha a falta de planejamento fora dele. A montagem do elenco foi equivocada, a troca constante de treinadores só aumentou o caos, e agora o fantasma do rebaixamento é uma cruel realidade.

Entre os torcedores do Papão, o sentimento é de frustração e vergonha. Muitos já apontam o dedo para a diretoria, cobram mudanças profundas e lamentam o desperdício de mais uma temporada. É difícil encontrar consolo quando a queda parece iminente e o rival, em contrapartida, vive o melhor momento dos últimos anos. O contraste é cruel e escancarado.

O clássico, como sempre, foi intenso, mas o resultado mostrou quem está preparado para crescer e quem se perdeu pelo caminho. O Remo se consolidou como força ascendente na Série B. O Paysandu, por outro lado, paga caro por erros repetidos. O script do jogo, aliás, lembrou o jogo de ida da final do Parazão 2025. No futebol, os ciclos se renovam com suor, não com discurso. O RE-PA desta terça-feira foi mais do que uma vitória azulina – foi um aviso claro de que quem se organiza colhe, e quem insiste no improviso acaba sendo engolido.

Foto: Renan Melo (Re-Pa)

Rodolfo Marques
Rodolfo Marques é professor universitário, jornalista e cientista político. Desde 2015, atua também como comentarista esportivo. É grande apreciador de futebol, tênis, vôlei, basquete e F-1.

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