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Todas as questões que dizem respeito ao Estado e ao bem viver da população do Pará passam pela Assembleia Legislativa. Categorias profissionais, segmentos econômicos, todos buscam ali, naquele espaço político, uma solução para seus problemas. E hoje (4), mais uma vez, o presidente da Alepa, deputado Chicão (MDB), deu prova do quanto é hábil negociador e do porquê de ser uma unanimidade: da extrema esquerda à extrema direita, todos o respeitam e admiram. Encerrada a sessão solene de abertura oficial do ano legislativo, e mesmo com a agenda lotada de compromissos, Chicão recebeu uma comissão representativa dos professores da rede pública estadual em greve e dos indígenas de dezenas de etnias que ocupam a Seduc, atendendo pedidos das deputadas Maria do Carmo Martins Lima (PT), vice-líder do Governo, e Lívia Duarte, líder do PSol. O deputado Eraldo Pimenta (MDB), presidente da Comissão de Constituição e Justiça e Redação Final, também estava presente. Chicão ouviu pacientemente, como é de seu feitio, todos falarem e ficou muito sensibilizado. Em determinado momento, perguntou se a comissão gostaria que ele fizesse uma ligação para o governador, em tentativa de acordo, sem dar garantias. E depois de cerca de meia hora, voltou e ponderou, sempre em tom sereno: “O governo não confia que o movimento vai desocupar depois da revogação da lei 10.820/2024 e vocês não confiam que a lei seja revogada depois que desocuparem. Então, a proposta é uma reunião amanhã às 9h da manhã na Seplad, a fim de que os termos do projeto para a revogação e também a desocupação imediata depois da aprovação da revogação sejam oficializados”. Proposta feita, proposta aceita. E assim, depois de quase quatro horas de reunião, todos saíram felizes e emocionados, por volta das 17h30, conjugando o verbo esperançar. O diálogo sempre vence.

“Nós vamos reunir ainda o Sintepp e com o comando dos indígenas também, para poder tirar alguns encaminhamentos. O que ficou encaminhado aqui? Amanhã terá uma nova reunião que será na Seplad com a vice-governadora, que também é secretária de Planejamento. Vamos discutir e alinhar o texto da lei que vai ser encaminhada para a Alepa para revogar a lei 10.820/2024. Sobre a demissão do Rossieli, é uma questão política, claro, o Estado vai ter que enfrentar, e é uma situação que nós insistimos, que não tem mais diálogo possível com este secretário de Educação. E todos os diálogos aqui para frente serão com outras comissões também com o governo. Há uma questão que vai ser pautada no nosso debate, que tem a ver ainda com a questão da nova formulação de plano de cargos e salários. O governo insiste numa situação dos impactos financeiros, mas isso fica para o debate também com a nossa categoria. Então amanhã está mantido o nosso ato no Tribunal de Justiça, a partir das 9h da manhã. Sairemos em caminhada até a Seplad, para nossa categoria poder acompanhar a negociação lá da frente. A gente segue com coragem. A luta é muito importante, parabéns à nossa resistência. Estamos firmes na luta. Sigamos com coragem, sigamos lutando”, disse Beto Andrade, da diretoria do Sintepp.

Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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