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Não são mais concebíveis, na época em que vivemos, métodos jurássicos de se realizar concurso público. Exatamente da mesma maneira que se fazia há quase cem anos. Essa coisa de vestibular foi inventada em 1.911 por um tal Rivadávia da Cunha Correa, Ministro da Justiça e Negócios Interiores do Brasil. Depois ele foi Ministro de Fazenda e prefeito do Rio de Janeiro. O que não tem a menor importância, nem vem ao caso. O que interessa é a parafernália, verdadeira pantomima armada para a realização das tais provas do ENEM, como ademais, se usam fazer em todos os concursos públicos no Brasil, inclusive, e principalmente, no vestibular, diz-que o maior do mundo, em todos os tempos.

Esse filme é velho e reprisado. Segredo de dois, já cheira a polichinelo, que dirá de um montão de gente. Milhões de cartilhas. Caminhões distribuindo por todo o país em dezenas de cidades. E isso tudo para transportar o quê? DADOS! Apenas, dados, e, convenhamos, imprimir, armazenar, transportar dados em caminhões por milhares de quilômetros, é ou não é jurássico? Os banqueiros sabem disso há muito tempo. Qualquer menino mal iniciado nos caminhos da informática também o sabem. E, olha que eles estão começando cada vez mais cedo.
Mas vamos à proposta, ou sugestão:
1 – Elaborem-se para cada matéria, duas mil questões.

2 – Disponibilizem-se essas questões democraticamente para quem quiser, por todos os meios possíveis: rádio, jornal, TV, revista, folheto, cartilha, mas principalmente, internet, CD, DVD, pendrive e o que mais aparecer no mercado. Com as devidas respostas. Sem o tal copyright. Pode reproduzir à vontade, fazer cruzamento, exames simulados e o escambau. Só não pode alterar o texto e o conteúdo.

3 – Diga-se, de maneiras claras, insofismáveis, que trinta, quarenta, destas questões, e, repetimos, somente destas, serão, aleatoriamente sorteadas no concurso.

4 – Desta maneira, como resultado simples, de análise combinatória, cada candidato receberá uma prova diferente, personalizada, até mesmo com fotografia. Todo mundo sabe que tecnologia para isso é primária. Tem até no Uriboca.

5 – O local da prova, apenas tem que ter um micro-computador, processador qualquer, uma impressora, também qualquer, matricial, jato de tinta, laser, ou o que se vier inventar e um leitor ótico. Só me vem à mente, até por não ser do ramo, aqueles das lotecas. A partir daí, pode-se fazer o concurso que quiser. ENEM, vestibular, Correios, IBGE, Banco do Brasil ou gari do Rio de Janeiro ou, mesmo, de Marituba. Qualquer sala de colégio, ginásio, teatro ou quadra de escola de samba vale. Cadeiras lado a lado, coladas, também vale.

Ao terminar a prova, o candidato, no ato da entrega, passa o cartão resposta, que pode estar impresso na primeira página, pelo leitor ótico e, recebe na hora o resultado. Impresso e devidamente identificado. Dependendo desse resultado ele poderá sair eufórico ou triste. Talvez até desista de fazer a segunda parte. A prova discursiva:

A prova discursiva ou redação obedecerá ao mesmo princípio datransparência, ou seja, 200 temas, sem, é claro, as respostas e, mesmo, modelos; e, igualmente escolhidos pelo programa de computador, aleatoriamente na hora do concurso. Um tema diferente para cada candidato.
Isso tudo sem mexer no orçamento do MEC ou, mesmo, deixando algum troco. Basta que o candidato leve, no ato da inscrição um DVD ou CD virgem, ou um pendrive e, qualquer taxa que pague, por ínfima que seja, talvez cubra os custos acessórios.

Não consegui pensar em nada mais simples, sem mistérios ou “pegadinhas”, reconhecendo, de antemão, todas as minhas limitações técnicas e intelectuais, mas fica a sugestão e, se houver vontade, o que não falta é gente capaz nas universidades do Brasil para dar a justa forma.
Simples assim.
(André Costa Nunes, marqueteiro, escritor, blogueiro e restaurateur, que há 22 anos já pensava num modo de estancar o poder político e econômico que atrasa a educação.)
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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