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A 31ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro de 2025 reservou emoções contrastantes para os torcedores paraenses. Enquanto o Paysandu voltou a sofrer uma dura derrota fora de casa e praticamente deu adeus à permanência na segunda divisão, o Remo embalou de vez, conquistando sua terceira vitória consecutiva e reacendendo o sonho de acesso à elite do futebol nacional.

Na terça-feira (7), o Paysandu enfrentou o Botafogo-SP, em Ribeirão Preto, e até conseguiu segurar o ímpeto dos donos da casa durante boa parte do jogo. No entanto, nos minutos finais, o Papão sucumbiu novamente à pressão adversária e levou o gol que decretou mais uma derrota em uma temporada marcada por tropeços e decepções. O placar simbolizou a difícil realidade vivida pelo clube bicolor.

Com o resultado, o Paysandu segue afundado na lanterna e vê as chances matemáticas de escapar diminuírem drasticamente. A campanha irregular, os problemas defensivos e a falta de efetividade no ataque têm sido determinantes para o time, que agora precisa de um verdadeiro milagre para evitar o retorno à Série C. Em Belém, o clima é de apreensão e tristeza, com o torcedor já se preparando para o pior cenário.

Enquanto isso, o cenário azulino é completamente diferente. Na quinta-feira (9), o Remo recebeu o Athletico-PR, no Baenão, em um confronto direto por posições na parte de cima da tabela. Com uma atuação segura e o apoio da torcida, o Leão Azul venceu por 2 a 1 e consolidou seu excelente momento na competição. Foi a terceira vitória consecutiva, resultado que elevou a confiança do elenco e da comissão técnica.

Com o triunfo, o Remo chegou aos 48 pontos e agora está apenas dois atrás do G-4. A equipe, sob Guto Ferreira, demonstra consistência tática, equilíbrio entre defesa e ataque e um poder de reação que empolga o torcedor azulino. A cada rodada, o sonho do retorno à primeira divisão, algo que não acontece há décadas, parece mais possível.

O técnico azulino destacou após o jogo a importância da regularidade e da força do elenco. Segundo ele, o grupo “aprendeu a sofrer e a vencer”, um traço que tem feito a diferença nesta reta final da Série B. O Baenão, por sua vez, voltou a ser um caldeirão, impulsionando o time rumo às vitórias e reacendendo o entusiasmo do torcedor remista.

O destino, contudo, reservou um ingrediente extra de emoção para a próxima rodada: o clássico RE-PA. O duelo entre Paysandu e Remo promete ser carregado de significados opostos: de um lado, o desespero bicolor em busca de uma sobrevida; do outro, a esperança azulina de seguir firme na luta pelo acesso. Mesmo em momentos tão distintos, o clássico paraense continua sendo um dos jogos mais esperados do calendário nacional.

A expectativa é de um Mangueirão cheio, no dia 14, e de um clima intenso dentro e fora de campo. Para o Paysandu, a partida representa talvez a última chance de reacender a chama da permanência. Para o Remo, é a oportunidade de dar mais um passo rumo ao topo. Um jogo de extremos, mas que reafirma, acima de tudo, a força e a paixão do futebol paraense na Série B 2025.

Crédito da foto: Renan Melo (Remo-Athletico)


Rodolfo Marques
Rodolfo Marques é professor universitário, jornalista e cientista político. Desde 2015, atua também como comentarista esportivo. É grande apreciador de futebol, tênis, vôlei, basquete e F-1.

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