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Mais uma vez o Pará corre o risco de perder compensações que lhe são devidas. A exemplo dos  recursos pelos impactos ambientais da UHE-Belo Monte, quando o governo federal destinou R$ 92 milhões – 71% dos R$ 126 milhões  – para o Parque Nacional do Jurena, localizado no Mato Grosso e Amazonas, a mais de 800 Km do empreendimento, agora o dinheiro pela renovação da outorga da Estrada de Ferro Carajás, da Vale, que está às vésperas de expirar, pode ser direcionado para bem longe dos cofres parauaras. O jogo de interesses é grande e ao invés de a classe política se unir em torno da defesa do Estado a iniciativa tem sido isolada.

O secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Energia e Mineração, Adnan Demachki, defendeu ontem em Brasília que os recursos viabilizem a Ferrovia Paraense, já que a lei 13.448/2017 permite que o pagamento seja em investimentos.

Mas já circula a informação de que o dinheiro seria direcionado para a Ferrovia Transnordestina, planejada para ligar as regiões produtoras do Nordeste aos portos de Suape, em Pernambuco, e Pecém, no Ceará, obra que começou a ser construída em 2006 e só no TCU é alvo de sete investigações. Orçada em R$4,2 bilhões e prevista para ser inaugurada em 2010, já consumiu 6,3 bilhões mas assentou apenas metade dos trilhos e deverá ficar pronta em 2021, a um custo de R$11,2 bi.

A diferença se irá para lá ou virá para cá está na mobilização e força da classe política. E na capacidade de união suprapartidária. Como se vê, aliás, em outros Estados.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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