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“Barriga estufada, barriga projetada, pneu de caminhão, pochete” ao redor da cintura. Na maioria das vezes, esse incômodo frequentemente relatado por mulheres vai além da gordura localizada. Ele está relacionado à fraqueza dos músculos profundos do abdômen, especialmente o transverso abdominal e o assoalho pélvico.

Esses músculos formam um centro de sustentação e desempenham um papel essencial na postura, pois contornam a coluna na região lombar, na funcionalidade do core e na estética abdominal. 

O transverso do abdômen é um músculo profundo, de fibras transversais (diferente das fibras do reto abdominal, um músculo superficial, que são fibras verticais), que funciona como uma cinta natural “abraçando” o tronco, responsável por manter o abdômen firme e a cintura delineada. Já o assoalho pélvico, localizado na base da pelve, atua como uma rede de sustentação dos órgãos internos e participa do controle da pressão intra-abdominal. Quando esses músculos estão enfraquecidos, o abdômen tende a perder sustentação e se projetar para frente, alterando a postura e comprometendo a estética corporal. (Essa condição acontece durante a gestação, no entanto há estímulos certos para uma recuperação completa.) 

Além do aspecto visual, essa fraqueza pode gerar desconfortos, como dor lombar, escapes de urina e sensação contínua de estufamento abdominal, situações comuns em mulheres, mas que não são normais.

A boa notícia é que é possível reestruturar o abdômen através de exercícios específicos, respiração consciente e ativação da musculatura profunda. Esse tipo de trabalho tem o objetivo de restabelecer a conexão entre cérebro e músculos profundos, devolvendo o controle e o tônus muscular dessa região.

Uma forma eficaz para iniciar esse processo é a ativação consciente do transverso abdominal associada à respiração. Na prática, a ativação acontece com contração da musculatura da genital (aquela “forcinha de segurar o xixi ou pum”) e o fechamento das costelas durante toda a expiração. Isso significa que, quanto maior for a sua capacidade pulmonar para inspirar, maior será o tempo de ativação depois ao soltar o ar. Por exemplo: inspire pelo nariz em 3 segundos, e depois expire devagar, ativando o abdômen profundo, por 6 segundos. Em seguida, relaxe completamente antes de repetir.

Com o tempo, é possível aumentar gradualmente o tempo de controle: 4–8, 5–10, 6–12 segundos…A ativação acontece durante toda a expiração, ou seja, enquanto solta o ar. E o relaxamento acontece na inspiração, quando puxa o ar, permitindo que a caixa torácica e o abdômen se expandam naturalmente.

Essa prática, quando realizada sistematicamente, estimula os músculos profundos a se reestruturar e a trabalhar com mais eficiência. A ativação do transverso abdominal e do assoalho pélvico cria uma base sólida que estabiliza o tronco, melhora a postura e protege a coluna. Além disso, é o primeiro passo para recuperar o tônus abdominal, reduzindo o aspecto de barriga projetada (e recuperando a autoestima das mulheres que se incomodam com a “pochete”.)

Mais do que um exercício apenas “de prender e soltar”, a ativação do abdômen profundo pode (e deve!) fazer parte da rotina, podendo ser realizada em pé, sentada ou deitada, em poucos minutos por dia. E se for associada a treinos de força regulares, os resultados são potencializados.

Reestruturar o abdômen é um processo de dentro para fora e começa com o ato respirar com consciência e ativar o seu centro.

Yumi Saito
Yumi Saito é professora de Educação Física, com 16 anos de experiência na área. Esposa e mãe, ela é apaixonada por exercício físico e acredita no poder do movimento para transformar vidas. Com um grande prazer em ensinar, busca inspirar outras mulheres a adotarem hábitos saudáveis de forma leve e prazerosa.

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