0
 

Ninguém pode, em tese, usar as árvores para pendurar rede, slackline, tecidos, cordas, placas e afins. Em geral só é permitido esse uso nos espaços públicos em áreas e equipamentos específicos. Mas ontem esse cidadão estacionou sua moto e atou uma rede na orla de Belém, no Portal da Amazônia.

O vento estava ótimo e a sombra idem. Na paisagem, canoas, rabetas, po-po-pôs e outros barcos regionais singrando o rio Guamá, que banha a capital parauara.

É de se imaginar o caos se todo mundo resolver atar sua rede ali. Mas a imagem remete à possibilidade – e necessidade! – de a população aproveitar os espaços públicos, com sentimento de pertencimento, usufruindo deles sem provocar danos.

Lembrei que há muitos anos o músico, cantor, compositor, poeta, produtor musical e videomaker Almirzinho Gabriel atou sua rede e deitou nela sob as árvores da Praça da República, num ato político-cultural marcante.

Os lugares públicos estão cheios de assaltantes justamente porque a população não os ocupa. Que tal se o Estado garantir a segurança, a fim de que as famílias locais e os turistas os frequentem, como deve ser?

Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

O lirismo de Rupi Kaur

Anterior

Negada liminar para suspender concessão de blocos de petróleo e gás na Foz do Amazonas

Próximo

Você pode gostar

Comentários