Júlia Serrim, de 53 anos, vivia do extrativismo ilegal de madeira em Portel, no arquipélago do Marajó, até a fiscalização tornar inviável a atividade. De repente ela se viu sem renda, e foi então que resolveu tornar produtiva e sustentável sua propriedade com mais de 100 hectares. Há dez anos, pediu e obteve o apoio da Emater-PA e hoje ela trabalha com turismo rural, artesanato, plantio de mandioca, produção de farinha, cultivo de frutíferas e beneficiamento de polpas. Conseguiu R$ 40 mil, da linha de crédito Agroindústria do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), liberados pelo Banco do Brasil. Sua agroindústria produz cerca de 300 quilos de polpa por semana, sobretudo de cupuaçu, açaí, acerola e taperebá. São 14 adultos na linha de produção, todos da família, trabalhando juntos. Agora, ela acaba de ser empossada “Embaixadora da Região Norte” dentro da campanha internacional de emponderamento das mulheres rurais rumo ao desenvolvimento sustentável, organizada pela Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário, pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e pela Reunião Especializada em Agricultura Familiar no Mercosul (Reaf).
Júlia mostra para milhares de mulheres marajoaras que é possível, sim, construir uma história de sucesso no campo e ter um negócio, conseguir capital, movimentar as comunidades e crescer cada vez mais.
A campanha vai até novembro e alcança toda a América Latina e Caribe com diversas ações, entre oficinas, mutirões de serviços e programações culturais. Júlia faz parte de um universo de mais de 14 milhões de agricultoras no Brasil, responsáveis por 45% da produção agrícola nacional.
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