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Na calada da noite, a empresa contratada pela Prefeitura de Belém do Pará literalmente ataca com motosserra as mangueiras da cidade. A desta foto, que fica em frente à praça da República, foi ferida assim só para permitir a visibilidade na passagem do Círio de Nazaré.

Cortam sem selar as pobres árvores que há mais de um século foram plantadas a fim de embelezar e oferecer qualidade de vida.

Essa prática compromete a capacidade de regeneração do vegetal, enfraquece sua estrutura, torna-o mais suscetível a doenças e pode até levá-lo à morte.

Ademais, a poda drástica é crime ambiental, previsto no artigo 49 da Lei Federal n° 9605/98 (Lei dos Crimes Ambientais): “Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou meio, plantas de ornamentação de logradouros públicos ou em propriedade privada alheia.”

Essa conduta reduz a vida da árvore, degrada seu estado fitossanitário e colide com um direito difuso, ao intervir em um bem coletivo (a arborização), traduzido em sombreamento, conforto térmico, sustento da avifauna urbana, e, subjetivamente, na perpetuação da noção de respeito à vida em suas mais variadas formas.

Mas parece que os especialistas da Prefeitura não sabem e não querem saber disso.

Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

É preciso mulherar e amazonizar o STF

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