Publicado em: 21 de agosto de 2025
A senhora Amelia Almeida de Oliveira, de 83 anos, paciente cardíaca, residente em Oriximiná, vive uma verdadeira via crucis em busca dos seus direitos como cliente da Unimed Oeste do Pará. Após se submeter a uma angioplastia com colocação de stents há dez meses, ela se deslocou até Belém para realizar exames e consultas indispensáveis ao seu acompanhamento médico. No entanto, mesmo sendo beneficiária de um plano de abrangência nacional da Unimed Oeste do Pará, teve os primeiros exames laboratoriais negados pela Unimed Belém.
Ontem a Unimed Belém enviou para esta coluna uma nota de posicionamento sobre a negativa do atendimento da idosa, que é cliente da Unimed Oeste do Pará porém possui o Plano Nacional.
Hoje, a família da Dona Amelia compartilhou com o Uruá-Tapera o e-mail enviado pela Unimed Oeste do Pará, que confirma a suspensão dos atendimentos de intercâmbio, mesmo para planos com cobertura nacional. A mensagem, automatizada e sem possibilidade de resposta direta, orienta que a paciente aguarde uma “negociação direta” entre os setores internos, sem referenciar qualquer prazo.
A íntegra da resposta:
“Olá, Amelia Almeida De Oliveira!
Protocolo n° 36214020250819493504
Olá, bom dia! Identificamos que alguns atendimentos de intercâmbio estão temporariamente suspensos. Reforçamos que os atendimentos de urgência e emergência seguem funcionando normalmente. Caso necessário, orientamos que procure um dos hospitais credenciados da Unimed local, que pode ser localizado por meio do guia médico da região. Para que você não tenha nenhum prejuízo à sua saúde, estamos realizando a abertura de um protocolo de agendamento para os atendimentos eletivos, que serão viabilizados pelo nosso setor interno por meio de negociação direta. Assim que os atendimentos normalizarem, comunicaremos por nossos canais oficiais. Se precisar de ajuda, entre em contato com a gente pelos seguintes canais: WhatsApp: 0800 591 6241 Telefone: (93) 2018-0437
Agradecemos sua compreensão.
E-mail enviado automaticamente. Por favor, não responda!”

A resposta deixa evidente o descaso com que dona Amelia é tratada por uma operadora de saúde que deveria garantir sua segurança . É inaceitável que, mesmo pagando mensalidades de um plano nacional, uma cidadã, para conseguir o serviço contratado e adimplente, seja obrigada a enfrentar obstáculos burocráticos, desinformação, falhas no sistema digital e ausência de atendimento telefônico funcional.
O caso de Dona Amelia escancara um problema sistêmico e profundamente injusto: a negação silenciosa e automatizada de direitos. A família abriu uma ocorrência na ANS através do Gov.br, porém continua sem respostas e resoluções. Temem que um dos filhos da senhora, que é uma pessoa com TEA de 64 anos, precise de atendimento médico (seu plano é o mesmo da mãe) e também tenha os serviços negados. Não foram poucos os casos parecidos relatados por leitores do Uruá-Tapera nas redes sociais.
É inadmissível que uma mulher idosa seja empurrada para a incerteza, com respostas padronizadas que ignoram sua condição clínica e emocional. A Unimed Oeste do Pará deve explicações e sobretudo, uma solução imediata. O atendimento de seus clientes conforme o plano do qual são aderentes não é nenhum favor!
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