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A tática truculenta utilizada pelo Governo do Estado para fazer com que os professores em greve voltem às escolas é totalmente equivocada e está ampliando um sentimento de rejeição ao governador Simão Jatene. Tenho recebido e-mails e mensagens de filhos de professores temporários que, depois de mais de 15 anos de serviço, foram dispensados na gestão passada, por força do TAC imposto pelo MP, sem direito a qualquer indenização ou sequer um agradecimento, e que foram convocados agora em pleno domingo pela Seduc, que os informou de que “foram selecionados a ocupar vaga temporária para lecionar no período de 15 dias, ou até que os professores efetivos retornem às suas funções”.
 
Só para terem uma ideia, é este o tom de indignação de um desses filhos:
 
Em resumo, se minha mãe estiver hoje(segunda-feira), como está sendo feito, dando aula no lugar de alguém e este decidir retornar à sala de aula, ela será convidada a se retirar. Volto a lembrar, pessoas como a minha mãe são, além dos Srs.,  merecedoras de um pouco mais de respeito pela ansiedade a que se lhe impõem pelo tempo de trabalho árduo e com amor que dedicaram ao ensino de crianças e jovens no país, não devem ser tratados como fantoches de um governo aproveitador, que para “intimidar” professores em greve decide utilizá-los como bonecos, aproveitando-se de seus anseios por trabalho para iludi-los em pleno domingo em uma espera de 8h da manhã aguardando senha que a permitiu ser atendida às 14h para saber que seria “contratada” para lecionar por 15 dias. Isso é baixo, vergonhoso, sem escrúpulos e uma lástima para um Estado onde precisam iludir uns educadores e intimidar outros para se chegar a determinados objetivos.”
 
Não custa lembrar, também, que obrigar os professores a retornar às escolas sob o tacão de ameaças não é uma boa ideia. Já que a luta é política, os vencidos também têm suas armas. E 800 mil alunos em sala de aula, além dos outros atores da comunidade escolar. Um exército nada desprezível por qualquer analista ou cientista político.
 
Mais do que nunca, é preciso encontrar uma solução para o impasse e garantir as aulas para as centenas de milhares de estudantes da rede estadual. E, pelo que se observa, basta que o governo fixe o parcelamento do retroativo em valores que não sejam abstratos, dependendo de quanto será a arrecadação futura. Trocando em miúdos: tem que botar o preto no branco. Os pingos nos “is’. É ‘X’ e acabou-se. O desembargador Ricardo Nunes é o mediador ideal para esse desfecho.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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