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O secretário adjunto de Logística Escolar da Seduc, José Croelhas, telefonou e e-meiou ao blog para esclarecer, a respeito do post Socorro, governador!, que “das 3.814 escolas que não dispõem de energia elétrica no Pará, 54 (e não todas!) integram a rede da Seduc, estando essas nesta situação em razão de fatores que não dependem exclusivamente das providências da Secretaria de Educação. 3.753 dessas escolas pertencem às redes municipais. Estamos sim, portanto, de forma responsável e sistemática, avaliando caso a caso para atender essas unidades da melhor forma possível. A ausência de recursos orçamentários para esta finalidade no orçamento 2011 (elaborado, ressalte-se, pelo governo anterior) é um fator limitante sim, mas isto não significa deixar de perseguir fontes alternativas de financiamento para os projetos. Estamos trabalhando nisso. Informo, outrossim, que desde que assumi  a Logística (SALE), em abril, já estive em mais de 60 (sessenta) escolas, inclusive em longínquos interiores, encaminhando providências que venham atenuar as dificuldades enfrentadas por nossos alunos, professores e servidores em geral. Infelizmente, neste primeiro semestre as ações emergenciais dominaram os trabalhos na Seduc. Educação de qualidade é um compromisso do governo Simão Jatene. Lamentavelmente, não dá pra fazer tudo a um só tempo…”
Como disse a Croelhas, o problema é que, estaduais ou municipais as escolas em sua maioria, mais importante é a situação enfrentada pelas nossas crianças e adolescentes, que merecem estudar com dignidade. Principalmente as ribeirinhas – cuja dificuldade de acesso à cidadania começa pela geografia -, que passam por todo tipo de privação.
As urgentes questões da educação e a precariedade das escolas e do ensino fundamental e médio no Pará, é óbvio, não começaram agora, são muito antigas, fruto de uma política nacional equivocada, que não investe em um modelo que priorize a educação independente dos partidos e do governo, que trate a educação como política de Estado, com participação efetiva da sociedade, através das famílias e comunidades escolares. Gasta-se em educação – por causa da má gestão – ao invés de aplicar nela recursos financeiros, humanos e tecnológicos que permitam um salto de qualidade, cujos resultados certamente refletirão no próprio desempenho nacional.
Quando ministros, presidentes, reis, príncipes e chefes de Estado estrangeiros, celebridades e bilionários visitam o Pará, são levados a ver as escolas novas, assistir à pujança e beleza do carimbó e outros ritmos. Deveriam ser mostradas as escolas mais necessitadas, onde os professores chegam descalços e com água até os joelhos, nas quais a água consumida é a do rio, armazenada em potes sem tratamento, e o banheiro é uma casinhola com buraco fétido. Para denegrir a imagem do Pará? Não! Para que percebam que precisamos de ajuda, que a carência é enorme, que somos seres humanos que merecem viver com um mínimo de decência, que não somos bichinhos exóticos a se exibir aos conquistadores.
O exercício da cidadania começa e só se concretiza através da educação. Já passou da hora dos discursos, é preciso ação. Por que será que os filhos dos políticos não estudam em escolas públicas, se todos falam tanto em engajamento nessa luta? Pensem nisso nas próximas eleições. 
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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