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O Papa Francisco anunciou hoje, no final da oração do Ângelus, realizada na Basílica de São Pedro, no Vaticano, a criação de 16 novos cardeais, entre os quais o único brasileiro foi o arcebispo do Rio de Janeiro e ex-arcebispo de Belém do Pará, Dom Orani João Tempesta. A lista inclui responsáveis da Cúria Romana e várias dioceses. Dom Lorenzo Baldisseri, que foi Núncio Apostólico no Brasil, também foi nomeado. 

Quando foi feito o anúncio, Dom Orani estava nos estúdios da TV Brasil, onde celebrou Missa, ao vivo, às 8h, com a presença da imagem peregrina de São Sebastião.
Em entrevista aos veículos de comunicação da Arquidiocese, ele afirmou que a nomeação é uma graça e ao mesmo tempo uma grande responsabilidade: “Em minha indignidade tenho certeza que a graça de Deus não me faltará para poder bem servir a Igreja nessa dimensão universal que é a dimensão do cardinalato. Peço a todos que continuem rezando por mim para que possa continuar servindo à Deus, à Igreja, como tenho servido até hoje, mas agora com essa responsabilidade maior, que se une as que já desenvolvo”

O Consistório de criação dos novos cardeais será no dia 22 de fevereiro, na festa da Cátedra de São Pedro.
Na ocasião, o Papa entregará três símbolos diretamente ligados à vida e à missão de um cardeal: o barrete, o anel e o título cardinalício. Os cardeais usarão a veste cardinalícia, na cor vermelha, que representa o sangue do martírio e indica que cada cardeal de certa forma está pronto a dar a vida por Cristo e a sua Igreja em toda e qualquer circunstância. 
A profissão de fé, que faz parte do Símbolo niceno-constantinopolitano, é a síntese da fé da Igreja que cada um recebe no momento do Batismo. Cada um ajoelha-se, para receber o barrete cardinalício, que o Papa impõe “como sinal da dignidade do cardinalato”, significando que todos devem estar prontos a comportar-se “com fortaleza, até à efusão do sangue”. O Papa oferece ainda um anel aos novos cardeais para que se “reforce o amor pela Igreja”, seguindo-se a atribuição a cada cardeal uma igreja de Roma (título ou diaconia) – que simboliza a “participação na solicitude pastoral do Papa” na cidade -, bem como a entrega da bula de criação cardinalícia, momento selado por um abraço de paz.

O Consistório será realizado em meio a várias reuniões importantes, já determinadas pelo Papa Francisco: a do Colégio Cardinalício, nos dias 17 e 18 de fevereiro; a terceira reunião do Conselho de Cardeais (dos oito cardeais); a reunião do Conselho do Sínodo, nos dias 24 e 25; e o Conselho dos Cardeais para os assuntos econômicos e organizativos da Santa Sé (Conselho dos 15).
O último Consistório público, convocado pelo Papa Bento XVI, para a criação de seis novos cardeais, foi em 24 de novembro de 2012. 

Até agora, o Brasil já teve 20 cardeais. O primeiro, também da America Latina, criado em 1905, foi o arcebispo do Rio, Dom Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti (1850 – 1930).
O Colégio de Cardeais, cuja origem está ligada ao clero antigo da Igreja Romana, tem a função de eleger o sucessor de Pedro e aconselhá-lo em questões de maior importância. 

Cátedra de São Pedro é a poltrona reservada ao bispo, da qual é derivado o nome catedral, a igreja na qual o bispo preside a liturgia e ensina o povo. Representada no fundo da Basílica Vaticana por monumental escultura de Bernini, é símbolo da especial missão de Pedro e dos seus sucessores de pastorear o rebanho de Cristo, conduzindo-o unido na fé e na caridade.
Desde o início do século II, Santo Inácio de Antioquia atribuía à Igreja de Roma um singular primado, saudando-a, na sua Carta aos Romanos, como aquela que “preside a caridade”.
Tal papel de serviço atribuído à Igreja Romana e ao seu bispo provém do fato que na cidade foi derramado o sangue dos apóstolos Pedro e Paulo, além de numerosos mártires. Assim, o testemunho do sangue e da caridade. 

O título de cardeal foi reconhecido pela primeira vez durante o pontificado de Silvestre I (314-335).
A princípio, o título era atribuído genericamente a pessoas a serviço de uma igreja ou diaconia, reservando-o mais tarde aos responsáveis pelas Igrejas titulares de Roma e das mais importantes da Itália e do mundo.
O Colégio Cardinalício foi instituído em sua forma atual em 1150. Desde então, os cardeais têm sido os únicos eleitores do Papa, a quem elegem em conclave, seguindo as últimas orientações da constituição apostólica de João Paulo II, a “Universi Dominici gregis“, de 22 de fevereiro de 1996.
O número de cardeais variou até quase fins do século XVI e seguiu crescendo ao ritmo dos sucessivos desenvolvimentos dos assuntos da Igreja, mas sua internacionalização ficou acentuada nas últimas quatro décadas.
Paulo VI estendeu o Colégio Cardinalício para incluir aos patriarcas orientais e fixou seu número em 120 membros.
Como conselheiros do Papa, os cardeais atuam colegialmente com ele através dos Consistórios, que o Pontífice convoca e se desenvolvem sob sua presidência, e podem ser ordinários ou extraordinários. 

A função de um cardeal é assistir o Papa em suas diversas competências. Agrupados no Colégio dos Cardeais, são também chamados de purpurados, pela cor vermelho-carmesim da sua indumentária. A etimologia do termo cardeal vem do latim cardo/cardinis, em português gonzo ou eixo, algo que gira, neste caso, em torno do Papa.


Dom Orani é muito amado pelo povo de Belém do Pará. Que Deus o abençoe, hoje e sempre, em sua missão pastoral!
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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