0

Premiado com ações por desvio e mau uso de recursos públicos pelo Ministério Público Federal do Pará, o Prefeito Duciomar Costa transformou-se num alcaide virtual. Aparece nas propagandas institucionais da Prefeitura na TV e só ali. Aliás as propagandas teimam em provar que ele vive em Belém e nós em Nova Déli.

Vencida a eleição, onde demonstrou que com a força divina e o voto do povo estava absolvido de todos os injustos crimes que lhe foram pespegados à pele e à conhecida e tristonha biografia, sumiu!

Enquanto isso, eu procuro pela cidade uma rua sem buracos, uma calçada – um quarteirão apenas – sem desníveis ou armadilhas perigosíssimas, uma área onde haja racionalidade no fluxo de veículos, uma praça sem lixo ou com cestos de lixo que não estejam arrebentados. Não procuro propositalmente. Procuro porque sou usuária de transporte público, porque ando sempre tensa nas calçadas esburacadas e desniveladas e desço do ônibus na praça onde as lixeiras estão destroçadas.

Procuro, agora propositalmente, saber onde andam os recursos do Ministério da Saúde para a atenção básica, disponibilizados para Belém e dispostos assim, em camadas, pelo MPF, por número de processos:

200639000049857 – 5ª Vara Federal – Ação de improbidade administrativa – Desvio de finalidade de mais de um milhão de reais de recursos federais da saúde para aquisição de carros para a Guarda Municipal- O MPF pede a condenação dos envolvidos – Silvia Randel, Willliam Gomes Lôla, Manoel Francisco Pantoja Dias e Duciomar Gomes da Costa – a perda de direitos políticos e a devolver os recursos desviados.

200601000368799 – Tribunal Regional Federal da 1ª Região – Ação penal – Desvio de finalidade no uso de recursos federais para aquisição de carros para a Guarda Municipal- O MPF pede a condenação de Duciomar Gomes da Costa à prisão, a perda do mandato e à inabilitação para exercício de função pública por período determinado.
200539000096198 – 5ª Vara Federal – Ação civil pública- Irregularidades nos repasses dos pagamentos do Sistema Único de Saúde aos hospitais da rede conveniada- O MPF tenta obrigar a prefeitura a regularizar os repasses.
200539000070493 – 5ª Vara Federal – Ação civil pública- Compra irregular, por nove milhões de reais, do Hospital Sírio-Libanês- O MPF pediu o cancelamento da transação.

Volte, Prefeito. Volta! Conta para nós onde está o dinheiro!
Enquanto isso, estamos aqui, esperando, cantando com a Gal!”
(Adelina Braglia, no post Dudu, Cadê o Gato?, em seu Monólogos de Nova Déli, dedicado a Juvêncio de Arruda. Para quem Belém, pelo abandono, pela incivilidade pública, pela destruição sistemática da esperança de cidadania – embora ele lutasse permanentemente por ela – deixou de ser Santa Maria de Belém do Grão Pará.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

Memória da Vigia

Anterior

Como uma luva

Próximo

Vocë pode gostar

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *