Publicado em: 19 de abril de 2010
VOZ DE ÍNDIO
(Sairé)
Letra: Edgar Macedo (Belém-PA, 2009)
Música: Vicente José Malheiros da Fonseca
(Belém-PA, 20.05.2009)
Rio abaixo, rio acima,
Minha rima é com a dor.
Vi a tribo em retirada,
Entre a lua e a madrugada,
Da manhã que não raiou.
Pelas ruas deste rio,
Banhei, pesquei, viajei…
Uma canoa, um remo…
Meu mundo era tão pequeno,
Cabia mal os meus sonhos.
Era como o seu, suponho.
Um tal de viver feliz.
Hoje, armado até os dentes,
Não tenho com quem lutar.
Um guerreiro solitário,
Sem sequer itinerário,
Nem aldeia pra voltar.
Sou até “civilizado”,
Chamam-me de cidadão.
Moro na periferia,
Num viés de agonia,
Entre a angústia e a solidão.
[Num viés de agonia,
Entre a angústia e a solidão].
(Rio abaixo, rio acima…)[1]
[1]
A repetição dos três últimos versos foi inserida pelo compositor da música.
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