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VOZ DE ÍNDIO

(Sairé)

Letra: Edgar Macedo (Belém-PA, 2009)

Música: Vicente José Malheiros da Fonseca

(Belém-PA, 20.05.2009)


Rio abaixo, rio acima,

Minha rima é com a dor.

Vi a tribo em retirada,

Entre a lua e a madrugada,

Da manhã que não raiou.


Pelas ruas deste rio,

Banhei, pesquei, viajei…

Uma canoa, um remo…

Meu mundo era tão pequeno,

Cabia mal os meus sonhos.

Era como o seu, suponho.

Um tal de viver feliz.


Hoje, armado até os dentes,

Não tenho com quem lutar.

Um guerreiro solitário,

Sem sequer itinerário,

Nem aldeia pra voltar.


Sou até “civilizado”,

Chamam-me de cidadão.

Moro na periferia,

Num viés de agonia,

Entre a angústia e a solidão.

[Num viés de agonia,

Entre a angústia e a solidão].


(Rio abaixo, rio acima…)[1]

[1]
A repetição dos três últimos versos foi inserida pelo compositor da música.

Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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