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Só Deus sabe o que vai acontecer no Brasil nos próximos dias e meses. O G1 divulgou matéria do jornalista Lauro Jardim revelando o teor da mais bombástica delação premiada na Lava-Jato, feita pelos donos da Friboi, Joesley e Wesley Batista: em plena ebulição da Lava-Jato e em meio à divulgação da Lista de Fachin, o presidente Michel Temer foi gravado em diálogo comprometedor, indicando o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) para “resolver um assunto” da J&F (holding que controla a JBS). Depois, Rocha Loures foi filmado recebendo uma mala com R$ 500 mil enviados por Joesley Batista. Em outra gravação, Temer ouviu do empresário que estava dando a Eduardo Cunha e ao operador Lúcio Funaro uma mesada na prisão para ficarem calados e disse: “Tem que manter isso, viu?”. 

O senador Aécio Neves também foi gravado pedindo R$ 2 milhões a Joesley, e a entrega a um primo seu foi filmada pela Polícia Federal, que rastreou o dinheiro e assim descobriu que foi parar na conta bancária de uma empresa do senador Zezé Perrella (PSDB-MG). 
Joesley revelou que o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega era o seu contato com o PT e com ele o dinheiro de propina era negociado para ser distribuído aos petistas e aliados. Mantega também operava os interesses da JBS no BNDES.
Joesley contou, ainda, que pagou R$ 5 milhões para Eduardo Cunha quando ele já estava preso, um “saldo” de propina. E – pasmem! – Disse que devia R$ 20 milhões pela tramitação de lei sobre a desoneração tributária do setor de frango. O material dos donos da Friboi é um verdadeiro 
histórico de propinas distribuídas aos políticos mais destacados da República nos últimos dez anos.

Os diálogos e as entregas de malas (ou mochilas) com dinheiro foram filmadas pela PF. As cédulas tinham seus números de série informados aos procuradores. Pior: estavam com chips para serem rastreadas. Nessas ações controladas circularam cerca de R$ 3 milhões em – vejam só! – propinas carimbadas durante todo o mês de abril. 

Conforme o G1, as conversas do grupo JBS com a PF e a Procuradoria Geral da República começaram em março, em abril começaram a ser tomados os depoimentos e já na primeira semana de maio haviam terminado. As tratativas foram feitas pelo diretor jurídico da JBS, Francisco Assis e Silva, que acabou virando delator.  Na quarta-feira passada, o ministro Edson Fachin homologou a delação premiada. 

Em duas oportunidades em março, o dono da JBS conversou com o presidente da República e com o senador tucano levando um gravador escondido. Ao mesmo tempo em que delatava no Brasil, a JBS contratou o escritório de advocacia Trench, Rossi e Watanabe para tentar um acordo de leniência com o Departamento de Justiça dos EUA (DoJ). 

A JBS tem 56 fábricas nos EUA, onde lidera o mercado de suínos, frangos e o de bovinos. Precisa também fazer um IPO (abertura de capital) da JBS Foods na Bolsa de Nova York. 

Os irmãos Batista pagarão uma multa de R$ 225 milhões para escapar livres das operações Greenfield e Lava-Jato e se a leniência com o DoJ for assinada o valor vai se multiplicar. Mas o preço que o povo brasileiro vai pagar pela conduta dos vendilhões da Nação é algo desmedido.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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