Num atlas talvez desenhado por um cartógrafo bêbado, Cuba encontrava-se geograficamente situada entre o quarto, o corredor, o salão e o quinto andar de um prédio art déco da Rua Paissandu. Longitude 186, latitude 5. Coordenadas invariáveis de uma república cujos únicos furacões e abalos sísmicos se resumiam ao farfalhar das saias a ventar rebolados e às imperceptíveis fendas que os saltos agulha, 8,5, abriam no assoalho impecavelmente encerado.Por vezes, muitas vezes, maremotos agitavam cubos de gelo em mares de uísque e ojos verdes se faziam heridos de sombras. Nessas horas as batidas dos corações se confundiam com as dos bongôs e as narinas ventavam quentes arrullos de palma.” (Trecho de crônica de Márcia Frazão)
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