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Hoje à tarde, uma comissão do Programa de Combate ao Trabalho Infantil e de Estímulo à Aprendizagem  visitou a Escola Municipal Florestan Fernandes, no bairro do Benguí, um dos mais pobres e populosos de Belém do Pará. Como em todas essas ocasiões, situações chocantes foram expostas. Os próprios alunos relataram que são obrigados a trabalhar desde pequeninos para ajudar na sobrevivência de suas famílias.
Uma adolescente de 13 anos contou que é babá de duas crianças gêmeas, de três anos, uma delas portadora de necessidades especiais. A menina gosta de ser babá porque recebe R$ 70 por mês e se apegou às criancinhas. 

O quadro de vulnerabilidade social é complexo nos municípios, no Estado e no País. A ação é mesmo de formiguinha, mas já vem fazendo a diferença. A partir de muita conversa e material lúdico, as crianças e adolescentes vêm sendo orientadas acerca de seus direitos e acompanhadas por uma equipe multidisciplinar, além dos padrinhos e madrinhas solidárias que ganham, principalmente universitários. Os que têm a partir de 14 anos estão sendo inseridos em cursos profissionalizantes e posteriormente na aprendizagem. Como realmente têm  que trabalhar é preciso prepará-los para o ingresso no mercado, com todos os direitos garantidos, especialmente a permanência na escola. A campanha não se limita a conscientizar sobre os males do trabalho infantil, também oferece cursos profissionalizantes e a inserção no Programa da Aprendizagem, além de ajudar na inclusão para recebimento do benefício do Bolsa Família. 

Desenvolvido pela Justiça do Trabalho (no Pará e Amapá o TRT8, sob a coordenação da desembargadora Zuíla Dutra e da juíza Vanilza Malcher), o programa já tem mais de cem parceiros. O CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola), a Associação Proativa do Pará e a Superintendência Regional do Ministério do Trabalho e Emprego participam ativamente das visitas às escolas, acolhendo os meninos e meninas em situação de risco e emitindo Carteiras de Trabalho e Previdência Social.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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