Uma cadeira plástica encostada no muro do Bosque Rodrigues Alves é o posto de fiscalização da empresa de ônibus Dom Manoel. Misturada aos carrinhos de comida, banca de DVD e passageiros.
Em frente ao improvisado guichê de fiscalização, do outro lado da avenida Lomas Valentinas, o Posto e Loja Invencível apropria-se diariamente do espaço público, transformando-o em estacionamento privado.
Um motociclista, sem capacete e com uma sandália havaiana dois números menores que seu pé, cruza impune e impavidamente três importantes avenidas, a Senador Lemos, a Doca de Souza Franco e o Boulevard Castilhos França, até estacionar garbosamente na porta do Mercado de Peixe.
O que significam estas cenas? Nada. Apenas cenas de uma cidade institucionalmente, privadamente e publicamente consumida. “
(Adelina Braglia, em seu blog Monólogos de Nova Déli)
