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A série Meu Corpo, Meu Desafio, do canal de TV Discovery Internacional, vai mostrar quatro casos de doenças raras e complexas tratadas pela equipe médica do Hospital Regional do Baixo Amazonas. Este mês, a equipe esteve em Santarém(PA) para as gravações, que incluem atos no bloco cirúrgico, consultórios e as histórias de vida dos pacientes. A previsão é de que a reportagem vá ao ar em julho deste ano. Márcia Lobato Costa, o pequeno L. S.  e os irmãos M. B. e J. B. viraram personagens.

O caso de Márcia, de 37 anos, natural de Belterra e moradora de Oriximiná, é raríssimo: ocorre um em cada quatro milhões de habitantes, ou seja, ela deve ser a única com a doença em toda a região. Em 15 de janeiro de 2014, fui a primeira a publicar seu drama, a partir do relato de Celinha Mamede, profissional de saúde que atua no Hospital Municipal de Oriximiná e amiga de Márcia, que me procurou pedindo ajuda. Na época, ela estava na fila do HRBA desde 2010 e desde 2012 encaminhada ao Hospital Ofir Loyola, mas não conseguia atendimento. Apelei publicamente ao então governador em exercício, Helenilson Pontes, mostrando uma foto de suas condições. Vejam aqui. Ele se sensibilizou e no dia seguinte me telefonou, informando providências. Vejam aqui. Com o diagnóstico de Cutis vértices girata, ela já realizou duas cirurgias para colocação de expansor de pele, mas houve rejeição e teve que ser retirado. Também sobreveio infecção por bactéria e o tratamento ainda deve durar por mais uns 4 a 5 anos, com outras cirurgias, inclusive plástica. Celinha Mamede tem sido um anjo da guarda de Márcia, acompanhando sua verdadeira odisseia médica. Um exemplo também raro e emocionante de amizade.

A história do santareno L. S., de apenas 5 aninhos, diagnosticado com anomalia de crânio e bucomaxilofacial, em que parte do cérebro foi formado na região frontal da cabeça, é outro desafio enorme para os médicos. Em 2014, o pequeno paciente passou por uma cirurgia delicada e complexa no HRBA, na qual foi realocado o cérebro no crânio e afixada uma placa de titânio na parte frontal, para evitar novos problemas de deslocamento. A equipe do programa teve a chance de filmar o menino, quase dois anos depois de sua cirurgia, em uma consulta ao neurocirurgião do HRBA, Érik Jennings. 

No caso dos irmãos M. B. e J. B., de 7 e 15 anos respectivamente, moradores de Alenquer, ambos diagnosticados com dermatofibrose, houve retirada de tumores na face e já tiveram alta. 

O produtor e diretor do programa, Matthew Lynch, não escondeu seu assombro com o que viu. “Nunca imaginei que pudesse existir um hospital com tanta qualidade em uma região tão remota”, confessou. A finalidade do programa é justamente mostrar casos extraordinários e que sirvam não só de exemplo e motivação para muitos como também ajudem alguém em algum lugar do mundo. “Uma vez mostramos um caso raro de uma menina, da América do Sul, portadora de narcolepsia severa, que a deixava dias dormindo direto, e um médico na França, assistindo ao programa, entrou em contato conosco e disse que ele sabia como tratar aquele caso. Hoje, a menina está recebendo um tratamento direto da França”, festeja. 

De fato, o HRBA vem mudando a realidade do Baixo Amazonas, principalmente em áreas como neurocirurgia, oncologia, nefrologia e cirurgia plástica.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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