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“ILMA. SRA. 
Prof. Nely Cecilia Rocha,

A Associação Cidade Velha-Cidade Viva tem, hoje, dois motivos para lhe escrever:
1 -parabenizá-la pela posse na Secretaria Municipal de Educação, onde, com certeza vai demonstrar sua capacidade;
2- aproveitar para fazer uma proposta relativamente a inclusão, no plano de aulas dos professores das ESCOLAS MUNICIPAIS, do estudo de algumas leis, consideradas necessárias a educação dos nossos pequenos cidadãos. 

A nossa experiência na Presidência da Civviva nos dá motivos para fazer essa proposta. Estamos cansados de ver atos incivis, seja nas portas das escolas, seja em praças públicas, paradas de ônibus, calçadas, defronte de igrejas ou monumentos históricos, etc., que acontecem pela total ignorância de uma lei municipal, por parte de todos nós. Inclusive, pela total ausência da Guarda Municipal nas ruas, que acaba ajudando e muito, na obtenção de tais resultados.

Cada dia mais nos convencemos de ser fruto do meio que vivemos e o resultado, em Belém, é bem triste: se nota. Nossos filhos crescem vendo coisas absurdas que ficam marcadas e se transformam em exemplos a serem seguidos… e seguem. Basta pensar na quantidade de gente que urina em portas e muros nas ruas da cidade; 
– nos carros estacionados nas calçadas, muitas das quais são de ‘lióz’ e tombadas, e que também são exemplos de incivilidade que nossos filhos e netos estão absorvendo como coisa normal…e sabemos que não é; 
– na buzina que os pais acionam nas portas das escolas para chamar seus filhos que também se transformou de ato incivil em coisa normal, pois nem as multas dão jeito nessas pessoas. E a poluição sonora que provocam é um dos resultados além do caos no trânsito;
– nas mesas e cadeiras que ocupam calçadas que são destinadas aos pedestres e que os levam a pensar que seja algo justo, mas, além de ser uma incivilidade, é uma infração às leis;
– no uso de praças como campo de futebol, o que também não é previsto por nenhuma lei, mas o descaso os faz crescer pensando que é um direito…; 
– na falta de respeito com nosso patrimônio histórico que deve aguentar poluição sonora e movimentação de veículos…; 
– e os aparelhos de ar condicionado que despejam água nas calçadas? 
Isso também é ilegal, mas…
– etc., etc., etc. 
 

O Código de Postura fala de tudo isso, e muito mais, mas quem o aplica? Quem o conhece?

Que democracia é essa que aprova leis e esquece, além de regulamentá-las, de aplicá-las? Além do mais, é certo que, quanto mais ignoramos o desrespeito das leis da convivência urbana, mais nos tornamos coniventes com situações irregulares que, com o tempo, tornam-se hábitos e costumes, difíceis de serem combatidos e modificados. 

Senhora Secretária, com a presente vimos, portanto, pedir a sua atenção relativamente ao estudo de nossos Códigos: seja nas escolas que nos órgãos públicos. Precisamos preparar nossos filhos e netos a serem melhor do que essa população que temos hoje.
A Escola é o melhor veículo pra obter algum resultado, principalmente se começamos desde que são pequenos. 
 

BELÉM, já em 2016, poderá demonstrar ótimos resultados caso aceite esta proposta.
Em amizade e com muita esperança. 

Dulce Rosa de Bacelar Rocque
Presidente Civviva”

Louvável a iniciativa da Associação Cidade Velha, Cidade Viva, que merece ser adotada. Entretanto, para que tenha eficácia, o apelo deve ser dirigido ao prefeito Zenaldo Coutinho, que é quem pode tomar medidas práticas para inserir disciplinas, ainda que transversais, na grade escolar, e como um todo em sua gestão imprimir a marca da educação cidadã.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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