A carpintaria naval é uma ciência amazônica: os caboclos não têm estudos náuticos, mas são capazes de fazer barcos com perfeição. No Pará, em todos os municípios ribeirinhos há craques nesse ofício.
Pesquisadores do Museu Goeldi inventariam espécies vegetais usadas na construção de embarcações por moradores da Comunidade de Vila da Penha, na Resex Maracanã.
Nos cascos, construídos com peça única – um tronco de árvore é escavado, depois atracado com madeira e cipós para secar e forçar a abertura na medida desejada -, as espécies utilizadas são Gonçalo e Tatajuba. Já nas canoas, que podem ser movidas a vela ou a motor, são usadas as mesmas espécies dos cascos, e na lateral tábuas de Louro Itauba. Nas lanchas e barcos de pesca, o fundo é de Piquiá ou Sapucaia. No toldo e no convés, Angelim Vermelho, Sucupira Amarela e Cumaru; para a quilha, Ipê amarelo e, nas laterais e na cobertura, o Louro Itauba.
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