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O Banpará precisa urgentemente rever seus conceitos. Ao invés de facilitar, inferniza a vida de seus correntistas. Até parece que tem alguém lá que se dedica a complicar tudo. Não é compreensível – e nem aceitável – que além da senha de quatro números para o caixa, a senha de grupos de letras para o atendimento eletrônico, a senha de oito números e a frase secreta para o internet banking, ainda exija um código rotativo que vem em cartela de “raspadinha” que o distinto correntista é obrigado a ir buscar na sua agência e na qual, a cada acesso via internet, tem que raspar um código numerado e digitar no campo correspondente. 

Acontece que, além do evidente excesso nas medidas de “segurança” (não se tem notícia de paralelo em qualquer outro banco do mundo, público ou privado), já faz mais de um mês que milhares de correntistas – cujas cartelas de raspadinha acabaram – estão impedidos de acessar suas contas pela internet porque a empresa fornecedora não repôs a quantidade necessária e o banco não fiscalizou a reposição. 

Quer dizer, o Banpará exige a raspadinha, mas não a fornece. Nas agências, limitam-se a dizer que “está em falta”. Absurdo inominável, inconstitucionalidade a ferir os direitos individuais e coletivos. Coisa de Sucupira. Na contramão da modernidade e do bom senso, em tempos de um trânsito caótico e em colapso, em que se gasta horas para fazer qualquer deslocamento mínimo; em tempos de violência com assaltos diários à mão armada e muitas mortes registradas no tal golpe da “saidinha” bancária, o Banpará obriga seus correntistas a ir pessoalmente às suas agências para realizar a operação mais básica. Seria cômico se não fosse trágico.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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