0
Foto: Ivan Cardoso
Vou meter minha colher nessa história de qualificar as boieiras do Ver-O-Peso, projeto de uma faculdade local. Belém acaba de ser agraciada com o título internacional de Cidade da Gastronomia Criativa, concedido pela Unesco. Por outro lado, o Ver-O-Peso, por suas características únicas a representar a biodiversidade amazônida, foi eleito o maior símbolo da capital do Pará. Tudo o que as boieiras precisam é de condições higiênicas e de segurança para multiplicar a clientela. Quem vai ao Ver-O-Peso quer comer peixe frito com açaí e outras delícias que elas sabem preparar muito bem. E o peixe temperado só com um pouco de sal e limão. Simples assim. Sofisticar seus pratos significa descaracterizar o caldeirão cultural ímpar apurado a partir da fusão das legítimas heranças indígenas, africanas e portuguesas. Os restaurantes de Belém são excelentes, mas, cada vez mais, estão se distanciando das raízes parauaras. A cozinha regional perde a identidade e se transforma em internacional. Nada contra, é deliciosa, mas pode ser encontrada em qualquer parte do mundo. Fica o alerta.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

Ilha Mexiana no arquipélago do Marajó

Anterior

Ribeirinhos de Cametá

Próximo

Vocë pode gostar

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *