Publicado em: 13 de setembro de 2025
O Brasil saiu do Mapa da Fome, mas quase metade d@s brasileir@s sobrevive abaixo da linha da pobreza. Os dados oficiais do governo federal são chocantes: mais de 94 milhões de pessoas, o equivalente a 44% da população, dependem de algum programa social. Grande parte está registrada no CadÚnico, e o Bolsa Família concentra 57% dessa massa humana desvalida.
O custo da rede de proteção social alcança R$ 500 bilhões anuais, valor equivalente a meio trilhão de reais.
Para entender: o CadÚnico absorve três grupos: pobreza (de R$ 0 a R$ 218); baixa renda (entre R$ 218,01 e meio salário mínimo); e com renda acima de meio salário mínimo. A renda familiar mensal por pessoa é calculada dividindo a total da família (soma das rendas individuais) pelo número dos que a compõem. A renda individual considera o menor valor entre a renda de trabalho do último mês e a média recebida pelo trabalho nos últimos 12 meses, somada a outras rendas (BPC, aposentadoria, pensão alimentícia e doações).
Ou seja: quase metade nada tem, a maioria absoluta dos trabalhadores recebe salário mínimo, e 0,1% ganha a partir de R$ 1,75 milhão anuais.
Mais: as grandes empresas e os bilionários não pagam imposto de renda e têm acesso a juros baixíssimos nos bancos ditos de fomento e de desenvolvimento. A classe média, que arca com o país nas costas, não pode obter financiamentos com taxas atrativas porque não dispõe de garantias.
Não à toa estão em situação de rua e em meio aos lixões pessoas idosas, com deficiência e crianças.
Não é possível fechar os olhos a essa crise humanitária.
O Congresso Nacional pode e deve cumprir o seu papel, eliminando os privilégios inadmissíveis que historicamente aumentam a desigualdade. Só de janeiro a junho deste ano, 19 partidos receberam R$ 573 milhões do Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos (Fundo Partidário), mais R$ 45.731.348.85 em multas eleitorais arrecadadas no período de janeiro a maio. No ano passado, o Fundo Especial de Financiamento de Campanha (Fundo Eleitoral) totalizou exatos R$ 4.961.519.777,00, quase R$5 bilhões. Sem falar nas emendas parlamentares, com um percentual que não raro vai para os bolsos de quem não deveria. Esse dinheiro, se bem utilizado, levaria dignidade humana a milhões de necessitados.
Por outro lado, os ganhos de capital, a renda e o patrimônio “oculto” dos mais ricos estão sempre a salvo, protegidos por um Congresso cada vez mais dissociado do povo. No ano que vem haverá eleições, e outros bilhões cairão no colo dos políticos. Resta esperar que os pobres e a classe média deem o troco na cabine de votação.


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