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 Fotos: Antonio Silva

 Fotos Sidney Oliveira

Fotos:Cristino Martins
Durante a solenidade de posse em seu terceiro mandato à frente do Poder Executivo – feito inédito na história do Pará –, hoje, o governador Simão Jatene voltou a insistir na necessidade de reduzir despesas, enxugar a máquina pública e buscar, ao mesmo tempo, aumentar os recursos disponíveis, melhorando assim a qualidade do gasto público, ainda que para isso tenha que “cortar na própria carne, renovar o que imobiliza, consertar o que nos desconcerta, cobrar respeito de quem respeitamos. E se for necessário nos reinventar, nós nos reinventamos“.  A novidade dos próximos quatro anos, anunciou, é a sua determinação de tornar a máquina administrativa mais eficiente, sem concessão ao desperdício ou desvios.

Simão Jatene e Zequinha Marinho assinaram o termo de posse e fizeram o juramento no plenário da Assembleia Legislativa, em sessão presidida pelo deputado Márcio Miranda, tendo na mesa oficial a presidente do Tribunal de Justiça do Estado, desembargadora Luzia Nadja Guimarães Nascimento, o prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho, o procurador geral de Justiça Marcos Antônio Ferreira da Neves, o senador Flexa Ribeiro, e os deputados Júnior Ferrari, Eliel Faustino, Tetê Santos e Ana Cunha, representando as muitas autoridades que prestigiaram a cerimônia, inclusive o comandante do IV Distrito Naval, vice-almirante Edlander Santos, o comandante da 8ª Região Militar, general Humberto Francisco Madeira, e o comandante do I Comar, brigadeiro Paulo Borba, secretários de Estado, dirigentes de órgãos públicos, deputados, prefeitos e vereadores, além de empresários e outros convidados. 

O governador aproveitou para construir um relacionamento positivo com os deputados estaduais da Legislatura que começará em fevereiro, “independentemente da cor partidária”, e agradeceu aos atuais integrantes da Alepa pela postura republicana que tiveram quanto aos projetos enviados pelo Executivo, notadamente os que trataram da reforma administrativa e de criação das taxas minerária e hídrica. Salientando o momento delicado que a economia nacional enfrenta, com reflexos no Estado, Jatene também enfatizou que todos devem se empenhar na correta aplicação dos recursos e no cumprimento das obrigações do serviço público. 

Se filosofou, dizendo que a diferença entre o Jatene do primeiro mandato, de 2003 a 2006, e o de agora é que muita coisa mudou, a começar pelas conjunturas, e que pelo fato de, como todo educador, ser eternamente um aprendiz – ‘ensina-se aprendendo e aprende-se ensinando’ -, o mais importante nem é o que mudou, mas o que não mudou nestes anos todos, e que não desistiu de sonhar, o discurso do governador também traçou limites aos, digamos, apetites pelo poder. “exercício do poder, seja nesta Casa, no Executivo ou no Judiciário, não pode ser a busca de bônus. O maior bônus nós já recebemos: foi o reconhecimento e a confiança que nos permitiram ter a honra de ocupar cargos públicos. O pós-eleição é o momento de exercitar não os nossos quereres, mas os nossos deveres.” Como diz o caboclo, para o bom entendedor, meia palavra basta.

Jatene lembrou que os desafios estão postos, são gigantescos, o cidadão é cada vez mais consciente e exigente, e o poder público precisa dar respostas a questões cada vez mais complexas, envolvendo invariavelmente qualidade de vida e um futuro melhor.  Evidenciou que o Pará, novamente, atrai a atenção nacional e internacional, uma nova corrida rumo ao Norte está em curso, e não dá para perder a oportunidade de utilizar esse momento em favor do desenvolvimento estadual, retirando lições do passado para evitar a repetição de erros. “Costumo dizer que estamos numa encruzilhada civilizatória, e sei que sair dela não é tarefa isolada para um Estado periférico, de um País periférico, de um mundo em crise. Todo um modelo de civilização está em jogo, e nós nos movemos dentro dele, mas essa consciência não pode nos abater. Deve, sim, nos servir de aríete para seguirmos em frente e fazermos a nossa parte. E este é o convite e apelo que faço a todos os paraenses de boa vontade“, reforçou. 

A questão do “novo”, muito usada na campanha eleitoral, foi retomada por Jatene. “Ser novo não é ser “de novo”. Ser novo é ser melhor. É ser maior. É ser crível. É ser confiável para se manter confiante. É ressuscitar a inquietude sem abrir mão da temperança. Retemperar o recomeço. E esse eu entendo ter sido talvez o maior recado das urnas, e que nos cabe, a todos, colocar em prática em nossas atividades cotidianas.
Para quem dedicou a maior parte da vida profissional ao serviço público, isso tem um significado único.
Simboliza a percepção da sociedade de que o serviço público é a nobre missão de quem está interessado em servir ao público, e não a nefasta aptidão daqueles que desejam apenas se servir do público. Esse reconhecimento, por si só, já é uma enorme recompensa. Absolutamente renovadora.
Essa confiança multiplica a minha responsabilidade diante da incumbência de dar prosseguimento ao projeto de desenvolvimento do nosso Estado. Do Pará que não pode parar. Do Pará que não pode se render. Não pode desistir. Não pode se calar.
A responsabilidade de representar esse sentimento coletivo, de um Pará que não pode se deixar vencer, é tão gigantesca quanto o próprio Estado. Tão grande quanto a minha determinação em cumpri-la.
O Pará não pode mais contribuir para o desenvolvimento do Brasil à custa da pobreza de sua gente. A única forma legítima de participar do desenvolvimento brasileiro é através do nosso próprio desenvolvimento.
O Pará não deseja ser o Estado do futuro num País onde se classifica como provisório muito daquilo que se torna permanente. No Brasil contraditório em que vivemos, em que riqueza gera pobreza, é preciso fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para buscar, no mínimo, um pouco de coerência, um tempo de sensatez. E isso nos cabe fazer juntos
“, pregou. 

Começar a jornada na Casa do Povo dá ainda mais dignidade, realçou o governador, assinalando que o Parlamento “é a democracia em carne viva. Pois é assim que se constrói o novo, na democracia. Com recomeços e retemperos. Honra e dignidade. Esperança e gratidão. Começar aqui o novo mandato é mais do que um ato legal. É simbólico.
Estamos começando de novo, e quis Deus, e o povo do Pará, que estivéssemos juntos. Que nenhum de nós jamais desista de sonhar e de lutar pelas causas em que acredita. Somente assim, como diz a canção de Ivan Lins, começar de novo vai valer a pena.
Vai valer a pena termos nos rebelado, termos nos debatido, termos nos machucado e termos sobrevivido
“, concluiu, emocionado. 

Jatene quebrou o protocolo ao buscar o neto Felipe, de 8 meses, da plateia. Ele carregou o bebê nos braços até a bancada da mesa diretora, e desejou que a paz daquela criança seja a de todas. Em outro momento, o violonista Salomão Habib executou uma música de autoria do governador, em sua homenagem. O violonista Sebastião Tapajós também esteve na cerimônia, e foi cumprimentar Jatene reservadamente, no gabinete da presidência da Alepa.

Coube ao primeiro secretário da Assembleia Legislativa, deputado Eliel Faustino, ler os termos de posse, assinados por todos os deputados presentes, após os juramentos prestados por Jatene e Zequinha Marinho. O presidente da Alepa, deputado Márcio Miranda, em breve pronunciamento de acolhida aos governantes, destacou que o verdadeiro mosaico que se revela na composição do Parlamento reflete a realidade do povo e do Estado, uma vez que seus membros têm origem nas diferentes regiões, camadas sociais distintas
e pensamentos e ideologias diversos. E que é exatamente na força do conjunto e
na representatividade efetiva que o Legislativo se fortalece e fica mais próximo
da sociedade. Citando
 Winston Churchill – Democracia é o pior dos regimes, com exceção de todos os outros” -, Márcio Miranda sublinhou que, ao receber a delegação do povo, cada
governante deve ter a consciência da grande responsabilidade que aceita e dos
imensos desafios que deverá enfrentar – e, no caso do Pará, não são poucos. “Apesar de rico pela sua natureza, o Pará tem uma dificuldade
histórica na hora de transformar essas riquezas em melhorias efetivas na
condição de vida do nosso povo
“, frisou.

Senhor governador, sabemos do espírito público que norteia suas ações. Vossa
Excelência tem alertado para a falta de equilíbrio e de justiça que representa
o chamado “pacto federativo”, que vem impondo prejuízos ao nosso Estado. Prova disso é sua luta pelas necessárias compensações em relação às perdas
provocadas pela desoneração imposta pela Lei Kandir. Da forma como hoje está
estabelecido, o Estado do Pará vem acumulando prejuízos, que se refletem na
baixa capacidade de investimento e na fraca renda
per capita à qual nossa
população está submetida. Esse quadro precisa mudar. O Pará sempre esteve
pronto para contribuir com o desenvolvimento do País. Porém, não podemos
aceitar que essa contribuição seja recompensada com o infortúnio do nosso povo
ou com o aumento da miséria da nossa gente. 
Tenha certeza, governador, de que o Parlamento
do Pará estará sempre pronto para colaborar com o debate produtivo e
construtivo, visando a solução das graves questões que envolvem os interesses
do Estado e da nossa gente. O senhor encontrará neste Parlamento o interlocutor
necessário à condução das demandas sociais e à construção de uma sociedade mais
igualitária. É ouvindo a sociedade e promovendo o bom debate em torno de ideias
que o Poder Legislativo pode ajudar a formular políticas públicas de qualidade,
criando as condições para melhoria da qualidade de vida da nossa população.
 Acreditamos que, trabalhando juntos,
podemos superar nossas dificuldades e construir um Pará digno da grandeza da
sua terra e da coragem da sua gente. Fazendo assim, certamente estaremos
deixando um importante legado à futuras gerações. 
Parabéns e boa sorte“.
No deslocamento de poucos metros do Palácio Cabanagem para o Palácio Lauro  Sodré, no centro histórico de Belém, a pé, Jatene foi cercado e abraçado por populares que esperavam desde cedo. Depois de passar em revista a tropa da PM e dos Bombeiros, houve um culto ecumênico no palanque oficial, conduzido pelo diácono Fábio Lobato, que substituiu na solenidade o padre Ronaldo Menezes, ausente por motivo de doença, e o pastor Gilberto Marques, presidente da Convenção Interestadual de Ministros e Igrejas Evangélicas Assembleias de Deus no Estado do Pará(mais cedo, às 8h, o arcebispo Dom Alberto Taveira já celebrara missa em ação de graças, concelebrada pelo bispo Dom Teodoro Mendes e o padre Gonçalo, cura da Sé). Em seguida, um menino de 12 anos, Maurício Haber,  aluno da Escola Estadual São Vicente de Paula, foi escolhido entre os presentes  e convidado a colocar a faixa no governador reeleito. O garoto ficou empolgado e disse que já sonha com a carreira política e um dia se tornar governador do Pará. Após novo pronunciamento oficial, em que Jatene outra vez quebrou o protocolo, desceu do palanque e falou debaixo do sol quente, andando em meio ao público, houve a execução do Hino do Pará, com a interpretação do cantor Edilson Moreno, com quem o governador fez dueto, com um dos netos no colo. Encerrado o evento, Simão Jatene e Zequinha Marinho conversaram com a imprensa, em entrevista coletiva, e receberam os cumprimentos das autoridades e dos populares.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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