Publicado em: 21 de julho de 2025
No Dia do Amigo, o Brasil chorou a partida prematura de Preta Gil. Cantora, atriz, apresentadora, empresária, produtora (que começou a carreira criando videoclips para artistas como Ivete Sangalo e Ana Carolina) deu voz a muitas causas, principalmente as de igualdade de gênero e LGBTQIA+. Quando, em 2003, lançou seu primeiro álbum, “PRÊT-A-PORTER”, que tinha uma foto sua nua, na capa, mais do que críticas, sofreu uma avalanche de ataques de ódio pela “ousadia” de expor seu corpo. Em uma entrevista no “Irritando Fernanda Young”, disse que se ela fosse magra, com toda a certeza que o barulho não teria acontecido.
E foi assim que a filha de Gilberto Gil, afilhada de Gal Costa e de Caetano Veloso, também seu tio, prima de Marina Lima, Luiza Possi e Patrícia Pillar, saiu do que anos mais tarde descreveria como “Preta no País da Tropicália” para usar sua rara posição de privilégio como mulher negra para representar populações minorizadas em todos os seus direitos – inclusive o de amar quem quer que seja e de sentirem-se bonitas sem atender aos padrões estéticos impostos pela indústria da beleza.
Preta foi mãe de Francisco aos 21 anos e avó de Sol de Maria aos 40. Aos 50, partiu uma mulher que tinha como lema de vida “enquanto estiver viva, quero viver”. E viveu, mesmo que já debilitada, usando e falando abertamente sobre fraldas e bolsa de colostomia, sua última contribuição para quebrar tabus e inspirar outras pessoas em condições parecidas. É a segunda filha que Gilberto Gil vê partir: o mais velho, Pedro, morreu aos 19 anos, em 1990, num acidente de carro. Em publicação nas redes sociais, disse que, assim que possível, serão divulgadas as informações sobre a despedida. A família está em Nova York, onde Preta estava em tratamento, providenciando sua repatriação ao Brasil.
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