
O senador Aécio Neves vai pedir ao STF, amanhã, a revogação de seu afastamento do mandato. Alega que a gravação feita por Joesley Batista foi uma conversa de cunho particular. Obviamente, apesar de ter começado muito cedo na política pelas mãos de seu avô, Tancredo Neves, figura proeminente da República desde a era de Getúlio Vargas e que soube como ninguém atravessar duas ditaduras com uma capacidade ímpar de articular e conciliar, Aécio não aprendeu as lições e não fez o dever de casa.
Tancredo ouvia muito e tinha uma capacidade extraordinária de formular, coordenar e, sobretudo, de acertar. Aécio é atropelado pela própria língua. Suas expressões chulas flagradas na gravação não condizem, absolutamente, com o que se espera de um senador da República que por pouco não se elegeu presidente da República. Tal qual o ex-presidente Lula quando também flagrado ao telefone, seu vocabulário está abaixo da linha da miséria moral.
Entre outras funções relevantes, Tancredo Neves foi advogado, vereador, deputado federal, senador e governador de Minas Gerais, além de Ministro da Justiça, primeiro-ministro do primeiro gabinete parlamentarista no governo João Goulart e primeiro presidente da República civil eleito após a ditadura militar. Deve estar se revirando no túmulo com a conduta de seus netos Aécio e Andrea.
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