Publicado em: 9 de outubro de 2025
O maior fato político do dia no Brasil foi, sem dúvida, o anúncio de aposentadoria do ministro Luís Roberto Barroso do Supremo Tribunal Federal.
Em discurso emocionado ao final da sessão plenária, aplaudido de pé,
Barroso contou que pretende dedicar mais tempo à vida pessoal, à espiritualidade e à literatura. Mas é evidente que as sanções do presidente Donald Trump, que alcançaram membros da sua família, impactaram sua decisão. Ele e outros sete ministros sofreram a aplicação da lei Magnitsky, incluindo a revogação do visto norte-americano. “Os sacrifícios e os ônus da nossa função acabam se transferindo aos nossos familiares e às pessoas queridas, que não têm sequer responsabilidade pela nossa atuação”, afirmou.
Fez um tributo ao jornalismo, destacando sua importância no combate à desinformação e na preservação da verdade: “Nunca precisamos tanto da imprensa que se move pela ética e pela técnica jornalística. Mentir precisa voltar a ser errado de novo.”
O presidente do STF, ministro Edson Fachin, destacou a contribuição de Barroso para a democracia brasileira. Em seu pronunciamento, disse que o legado de Barroso transcende seus votos e suas decisões e que isso já se manifestava da tribuna, quando atuava como advogado.
Os mais cotados para a vaga de Barroso no STF são o advogado-geral da União, Jorge Messias, petista alinhado ao governo; Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ex-presidente do Senado e aliado de Gilmar Mendes; o ministro do TCU Bruno Dantas e o controlador-geral da União, Vinícius Carvalho, além da presidente do Superior Tribunal Militar, Maria Elizabeth Rocha.
Mas o presidente Lula, que já nomeou nove ministros para o STF, precisa pensar na necessidade de uma mulher amazônica para a vaga. É inaceitável essa preponderância esmagadora de homens e sudestinos nas cortes superiores.
Leia a íntegra dos pronunciamentos dos ministros Barroso e Fachin.
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